Estudo publicado no Journal of Clinical Sleep Medicine identificou relação entre apneia do sono e Alzheimer e como amenizar quadros.
Julia Monsores | 25 de Maio de 2021 às 11:03
Conhecida como apneia do sono, este distúrbio no qual a pessoa tem breves e repetidas interrupções da respiração enquanto dorme está associada a uma maior prevalência de Alzheimer e de um maior declínio cognitivo. Uma das características mais marcantes da apneia é o ronco, além do cansaço excessivo durante o dia. Já o Alzheimer é uma distúrbio neurocognitivo, que não tem cura, e que destrói a memória e outras funções mentais importantes ao longo do tempo.
Segundo um estudo publicado no Journal of Clinical Sleep Medicine, entre 50% e 90% dos pacientes com Alzheimer têm apneia do sono. No entanto, dados preliminares identificaram uma possível forma de desacelerar esse déficit cognitivo. Continue acompanhando a matéria para saber mais!
Como comentamos, a apneia é um distúrbio do sono, que atinge cerca de 2 a 9% da população adulta. Ter uma boa noite de sono é fundamental para prevenir diversas doenças, e a apneia dificulta esse processo.
Desse modo, alguns dos efeitos da apneia são:
Cientistas alertam, no Journal of the American Medical Association, que quando não tratado, o distúrbio provoca baixos níveis de oxigenação no sangue, e assim aumenta o risco de demência.
Há uma variedade de tratamentos que diminuem os sintomas da apneia do sono, incluindo o uso de aparelhos respiratórios. Por isso, consulte seu médico para que ele possa recomendar a melhor opção para o seu caso. E aproveite e conheça algumas opções de tratamentos para a apneia aqui!
Milhões de pessoas vivem com o Alzheimer. Essa doença vai se agravando com a idade e é a sexta principal causa de morte. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), a doença de Alzheimer é o tipo mais frequente de demência — conjunto de doenças cerebrais que afetam sobretudo idosos, reduzindo gradativamente a capacidade cognitiva e provocando alterações de comportamento.
Entre os sintomas mais comuns do Alzheimer estão:
Embora não tenha cura, é importante identificá-lo para que seus efeitos possam ser controlados. Atualmente, muitas pesquisas ao redor do mundo têm sido feitas para achar soluções para essa doença, e recentemente um estudo realizado pela UFRJ fez uma descoberta interessante.
Segundo o estudo, a irisina, que é uma substância produzida pelos músculos quando o corpo se exercita, tem função vital na transmissão de mensagens entre um neurônio e outro. E assim, pode fortalecer esse canal de transmissão, diminuindo as possibilidades de desenvolvimento da doença de Alzheimer. Saiba mais aqui!
Um estudo preliminar publicado no Journal of Clinical Sleep Medicine identificou que entre 50% e 90% dos pacientes com Alzheimer têm apneia do sono. A associação entre a apneia do sono e o Alzheimer ainda não está clara, no entanto já se sabe que quanto pior o quadro de apneia do sono, pior a doença de Alzheimer – e vice-versa.
Mas aqui vai uma boa notícia: segundo a pesquisa, coordenada pela PhD Kathy C. Richards, o tratamento a longo prazo com CPAP (aparelho idêntico a uma máscara, que envia um fluxo de ar contínuo para o indivíduo à noite) resultou em melhorias em pacientes com doença de Alzheimer.
Os pesquisadores do Departamento de Medicina da UC San Diego fizeram um teste com o uso do aparelho CPAP, e identificaram que após três semanas de uso os pacientes apresentaram “melhora significativa” na cognição e aumento da funcionalidade intelectual. Depois de seis semanas, os resultados foram ainda melhores.
Como é um estudo preliminar, ainda faltam mais pesquisas. No entanto, o que foi observado até então é que os tratamentos com CPAP podem não apenas proporcionar uma noite de sono muito melhor, mas também podem ajudar a amenizar os efeitos do Alzheimer a longo prazo.