Estudo publicado no Journal of Clinical Sleep Medicine identificou relação entre apneia do sono e Alzheimer e como amenizar quadros.
Conhecida como apneia do sono, este distúrbio no qual a pessoa tem breves e repetidas interrupções da respiração enquanto dorme está associada a uma maior prevalência de Alzheimer e de um maior declínio cognitivo. Uma das características mais marcantes da apneia é o ronco, além do cansaço excessivo durante o dia. Já o Alzheimer é uma distúrbio neurocognitivo, que não tem cura, e que destrói a memória e outras funções mentais importantes ao longo do tempo.
Segundo um estudo publicado no Journal of Clinical Sleep Medicine, entre 50% e 90% dos pacientes com Alzheimer têm apneia do sono. No entanto, dados preliminares identificaram uma possível forma de desacelerar esse déficit cognitivo. Continue acompanhando a matéria para saber mais!
O que é a apneia do sono?
Como comentamos, a apneia é um distúrbio do sono, que atinge cerca de 2 a 9% da população adulta. Ter uma boa noite de sono é fundamental para prevenir diversas doenças, e a apneia dificulta esse processo.
Desse modo, alguns dos efeitos da apneia são:
- Maior irritabilidade;
- Lapsos de memória;
- Falta de atenção;
- Mudanças de humor repentinas;
- Depressão;
- Dores de cabeça;
- Problemas cardíacos;
- Batimentos cardíacos irregulares;
- Hipertensão arterial.
Cientistas alertam, no Journal of the American Medical Association, que quando não tratado, o distúrbio provoca baixos níveis de oxigenação no sangue, e assim aumenta o risco de demência.
Há uma variedade de tratamentos que diminuem os sintomas da apneia do sono, incluindo o uso de aparelhos respiratórios. Por isso, consulte seu médico para que ele possa recomendar a melhor opção para o seu caso. E aproveite e conheça algumas opções de tratamentos para a apneia aqui!
O que é o Alzheimer?
Milhões de pessoas vivem com o Alzheimer. Essa doença vai se agravando com a idade e é a sexta principal causa de morte. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), a doença de Alzheimer é o tipo mais frequente de demência — conjunto de doenças cerebrais que afetam sobretudo idosos, reduzindo gradativamente a capacidade cognitiva e provocando alterações de comportamento.
Entre os sintomas mais comuns do Alzheimer estão:
- Perda de memória recente;
- Dificuldade para tomar decisões;
- Mudanças no humor;
- Dificuldade para realizar as tarefas do dia a dia;
- Problemas na fala e esquecimento de palavras;
- Falta de orientação espacial.
Embora não tenha cura, é importante identificá-lo para que seus efeitos possam ser controlados. Atualmente, muitas pesquisas ao redor do mundo têm sido feitas para achar soluções para essa doença, e recentemente um estudo realizado pela UFRJ fez uma descoberta interessante.
Segundo o estudo, a irisina, que é uma substância produzida pelos músculos quando o corpo se exercita, tem função vital na transmissão de mensagens entre um neurônio e outro. E assim, pode fortalecer esse canal de transmissão, diminuindo as possibilidades de desenvolvimento da doença de Alzheimer. Saiba mais aqui!
Associação entre apneia do sono e Alzheimer
Um estudo preliminar publicado no Journal of Clinical Sleep Medicine identificou que entre 50% e 90% dos pacientes com Alzheimer têm apneia do sono. A associação entre a apneia do sono e o Alzheimer ainda não está clara, no entanto já se sabe que quanto pior o quadro de apneia do sono, pior a doença de Alzheimer – e vice-versa.
Mas aqui vai uma boa notícia: segundo a pesquisa, coordenada pela PhD Kathy C. Richards, o tratamento a longo prazo com CPAP (aparelho idêntico a uma máscara, que envia um fluxo de ar contínuo para o indivíduo à noite) resultou em melhorias em pacientes com doença de Alzheimer.
Os pesquisadores do Departamento de Medicina da UC San Diego fizeram um teste com o uso do aparelho CPAP, e identificaram que após três semanas de uso os pacientes apresentaram “melhora significativa” na cognição e aumento da funcionalidade intelectual. Depois de seis semanas, os resultados foram ainda melhores.
Como é um estudo preliminar, ainda faltam mais pesquisas. No entanto, o que foi observado até então é que os tratamentos com CPAP podem não apenas proporcionar uma noite de sono muito melhor, mas também podem ajudar a amenizar os efeitos do Alzheimer a longo prazo.