Antibióticos naturais estão sendo comprovados pela ciência. O que antes se tratava como sabedoria popular hoje é amplamente reconhecido.
Elen Ribera | 14 de Outubro de 2019 às 20:00
Séculos antes da descoberta da penicilina, em 1928, pelo escocês Alexander Fleming, as pessoas em todo o mundo usavam remédios naturais para combater infecções. Agora, pesquisadores investigam e redescobrem seus poderes de cura, apesar dos antibióticos modernos disponíveis. Eis o motivo.
O desenvolvimento de antibióticos no século XX transformou o tratamento de doenças infecciosas como tuberculose, sífilis e meningite. Os cientistas que os descobriram, porém, não previram que as várias cepas de bactérias se tornariam resistentes a essas drogas, e que novos antibióticos teriam de acompanhar as mutações que as bactérias sofrem. O impacto dos antibióticos no sistema digestivo, e outros efeitos colaterais, também se tornou uma preocupação. Na busca por novas drogas, os cientistas estão olhando para os remédios tradicionais – suas descobertas sugerem que plantas e outras substâncias naturais podem ter poderes eficazes.
Voltando-se para a natureza Há uma seleção de remédios no mundo todo, cuja eficácia em matar bactérias indesejáveis ou evitar que elas se multipliquem é comprovada pelas análises científicas. Mas sempre consulte o médico caso observe sintomas incomuns e discuta quaisquer remédios naturais que pretenda usar.
Rico no composto antibacteriano alicina, o alho é usado desde a Antiguidade para tratar doenças potencialmente fatais e prevenir sepse em feridas. Use-o cru ou no cozimento, ou em cápsulas.
Usado externamente, o óleo da planta nativa da Austrália, um remédio antigo para infecções de pele e de lesões, tem propriedades antimicrobianas.
Seu extrato estimula os números e a atividade dos leucócitos para proteger de uma gama de bactérias, incluindo E. coli e Staphylococcus aureus.
O suco de cereja-preta bloqueia a atividade bacteriana que leva à formação da placa bacteriana e previne a gengivite.
Contém polifenóis, agentes antimicrobianos fundamentais que interrompem o metabolismo das bactérias, impedindo-as de se multiplicarem.
Essas frutas contêm compostos que evitam que a bactéria E. coli adira ao trato urinário. O extrato concentrado ou o suco não diluído é mais eficaz.
Esse remédio dos índios americanos, derivado da planta equinácea purpúrea, estimula o processo pelo qual as bactérias são destruídas pelos leucócitos. Ela é normalmente ingerida como extrato.
As folhas aromáticas dessa árvore nativa da Austrália são ricas em eucaliptol. Esse poderoso antibacteriano é usado na forma de inalação para tratar infecções respiratórias ou aplicado externamente como óleo para prevenir infecções em feridas.
Usado pelos índios americanos para tratar infecções, essa planta contém o alcaloide berberina, que ataca bactérias e estimula o sistema imunológico.
A bactéria boa viva no iogurte estimula a produção de leucócitos, que então atacam os micro-organismos invasores.
Suas folhas e sementes têm propriedades antibacterianas. Use-as na comida ou como pomada em feridas.
Tem propriedades antibacterianas que previnem a infecção nas feridas. O tipo mais potente é o mel de manuka, usado pelo povo maori da Nova Zelândia. Ele pode até combater o Staphylococcus aureus resistente a antibióticos.
Têm compostos que combatem infecções por E. coli. Seus taninos inibem o crescimento bacteriano e impedem que as bactérias adiram às células que revestem o trato urinário.
Essa erva de fácil cultivo é rica em óleos essenciais que possuem propriedades antibacterianas. Pomadas que contêm o extrato estão disponíveis para tratar infecções em feridas.
Ela pode ajudar a impedir que as bactérias se multipliquem nos alimentos. É excelente em pratos asiáticos.
Quando misturada com a vitamina C e sais de ferro para fazer uma pomada, a casca da romã mata os micróbios Staphylococcus aureus. O suco ajuda a prevenir infecções da boca e gengivas.
Arctostaphylos uva ursi, planta que cresce na Europa, Ásia e América do Norte, tem um composto que combate infecções urinárias e intestinais.