A anorgasmia é a segunda disfunção sexual mais relatada pelas mulheres. Ela é caracterizada pela incapacidade ou dificuldade de ter orgasmo.
Douglas Ferreira | 27 de Agosto de 2021 às 17:00
A anorgasmia é a segunda disfunção sexual mais relatada pelas mulheres. Trata-se de um problema caracterizado pela incapacidade ou dificuldade extrema de se alcançar o orgasmo.
Embora seja pouco debatido, esse é um problema comum e que afeta homens e mulheres. No entanto, segundo pesquisas, há uma prevalência maior entre as mulheres. Estima-se que cerca de 37% das mulheres enfrentam esse problema e que metade delas só consegue chegar ao orgasmo em resposta à estimulação direta do clitóris, e não à penetração.
Na maioria dos casos, a anorgasmia tem origem psicológica, embora o motivo possa ser físico. A dificuldade para alcançar o orgasmo pode estar associada ao estresse, talvez relacionado à preocupação com o desempenho sexual, aos problemas de relacionamento ou profissionais, ou ainda ao cansaço e insegurança com o próprio corpo. Outras questões relacionadas à criação e às atitudes relativas ao sexo podem ter influência.
Não raro, as mulheres não têm tempo de chegar ao orgasmo. A técnica inadequada e a má comunicação entre o casal podem ser as culpadas.
As possíveis causas físicas da anorgasmia são a dor durante a relação sexual, cuja razão pode ser física ou psicológica, ou doenças neurológicas.
Os especialistas dividem a anorgasmia em quatro tipos: primária, secundária, situacional e geral.
Em geral, é necessário que mulheres com anorgasmia realizem exames ginecológicos quando há suspeita de uma causa física. Isso porque, em alguns casos, o motivo da dificuldade feminina em chegar ao orgasmo é o desconforto ou dor durante o ato sexual. A avaliação do problema e do bem-estar geral da paciente, incluindo a possibilidade de estresse, ajuda a identificar as possíveis causas psicológicas.
É comum os casais terem vergonha e dificuldade em falar sobre disfunções sexuais e relutar em expressar suas necessidades para o parceiro. No entanto, criar uma linha de diálogo com o seu par sobre o assunto pode ajudar no tratamento. O diálogo promove o entrosamento do casal e aumenta a intimidade, contribuindo para o aumento do desejo sexual.
Se for identificada uma causa psicológica, podem ser recomendados suporte psicológico ou terapia sexual que contribuirão para a estimulação sexual.
Segundo estudo publicado na Revista Brasileira de Sexualidade Humana, a terapia comportamental cognitiva auxilia nas mudanças de atitude e do pensamento sexual e na redução da ansiedade, usando exercícios comportamentais como a masturbação direta e o tratamento de dessensibilização sistemática, assim como a educação sexual, exercícios de Kegel e uso de vibradores.
As causas psicológicas podem ser mais difíceis de tratar do que as físicas, sobretudo se estiverem relacionadas a ideias profundamente arraigadas. Nesse casos a psicoterapia é o melhor caminho para tratar o problema.
A vida sexual de muitas mulheres e homens pode melhorar com a terapia sexual. Se você estiver passando por algum problema ou desconfie de algum tipo de disfunção sexual, não hesite em procurar ajuda de profissionais qualificados.