Em uma entrevista ao Fantástico, Preta explicou que o tratamento para o câncer a forçou a passar por uma cirurgia de remoção do reto
No final de agosto, a cantora Preta Gil anunciou que havia retornado ao tratamento contra o câncer devido a uma recidiva do tumor. Em uma entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, exibida neste domingo (8/9), a cantora forneceu mais detalhes sobre a situação.
A entrevista foi realizada após a primeira semana de sessões de quimioterapia. “É muito exaustivo, mas tenho muita vontade de continuar falando com as pessoas que me cercam e me mandam tantas energias positivas”, afirmou.
Ela também foi aberta sobre um dos aspectos mais difíceis de seu tratamento: a cirurgia para a remoção do reto, a parte final do intestino grosso.
Como a Preta Gil se sentiu com a cirugia?
“Meu tumor inicialmente atingia uma região do reto muito próxima do esfíncter (musculatura do ânus) e foi um desafio para meus cirurgiões fazerem a amputação que era necessária para tirar o câncer, preservando a estrutura muscular do meu esfíncter. Eles tiveram sucesso com isso, mas tive uma série de complicações. Tive de usar a bolsa de ileostomia durante três meses, enquanto não passava por uma nova cirurgia para reconstruir a região do reto. Tenho feito fisioterapia desde então para reaprender a controlar as funções intestinais, mas ainda tenho incontinência fecal. Não sei se um dia vou deixar de ter’, explicou Preta durante a entrevista.
O que é amputação do reto?
A remoção do reto é uma cirurgia destinada a retirar tumores localizados na parte final do sistema digestivo. Esse procedimento nem sempre é necessário para pacientes com câncer intestinal; sua necessidade varia conforme a localização do tumor e a gravidade da condição no momento do diagnóstico.
Pacientes com câncer anal, que é menos comum, podem precisar passar pela remoção do reto. A cirurgia é realizada por meio de uma incisão na região do períneo (entre os genitais e o ânus), o que possibilita a retirada do reto. O procedimento geralmente dura entre duas e três horas.
“A cirurgia é um pilar fundamental do tratamento na maioria dos casos. Existem diferentes tipos de cirurgia, uma que retira a parte afetada pelo tumor e a cirurgia de miles, em casos de tumores muito próximos ao ânus, em que se remove o reto e o canal anal, para reduzir riscos de retorno doença”, explicou o cirurgião oncológico Rodrigo Nascimento Pinheiro ao site Metrópoles.
Importância do acompanhamento médico de Preta Gil
“Embora tenham encontrado quatro focos, seis meses antes estava ótima, os médicos diziam que nem parecia que eu tinha tido câncer. Imagine como seria minha vida se não tivesse podido fazer os acompanhamentos médicos regulares? Tive sorte”, contou.
“O acompanhamento é essencial para, em caso de recidiva, ela ser descoberta precocemente. Com o acompanhamento regular e uma rotina de exames periódicos, qualquer indício de retorno da doença pode ser mais facilmente identificado”, conclui o cirurgião oncológico Rodrigo Nascimento Pinheiro.
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