A alergia alimentar é diferente de sensibilidade e intolerância. Pode causar um ataque anfilático e precisa de cuidados médicos imediatamente.
Redação | 4 de Julho de 2018 às 17:00
Há muita confusão sobre a diferença entre a alergia à comida e a sensibilidade e a intolerância a certos alimentos. Em primeiro lugar, a melhor maneira de distinguir entre esses tipos de reações adversas é analisar o tempo de resposta. Além disso, o papel do sistema imunológico em seu surgimento também difere.
Aliás, uma reação alérgica acontece rápido. Quando um fruto oleaginoso (amendoim, nozes ou castanha), é ingerido, ou quando o corpo responde adversamente a uma picada de inseto ou a uma medicação, o sistema imunológico libera histamina e outras substâncias químicas como imunoglobulina E (IgE). Desenvolve-se quase instantaneamente coceira ou rubor da pele, além de inchaço rápido, severo, especialmente na boca e na garganta, que pode restringir a respiração. Essa condição potencialmente fatal, o choque anafilático, requer atenção médica de emergência.
Falta de ar repentina após exposição a um alérgeno como frutos oleaginosos (nozes e castanhas), frutos do mar ou ovos; pode ser acompanhada de coceira, erupções na pele, inchaço da língua ou pele avermelhada.
Choque anafilático
Siga para um hospital imediatamente. Aplique uma ampola de adrenalina, se o seu médico a tiver prescrito.
A sensibilidade ou alergia retardada a um alimento ou medicamento (em geral chamada erradamente de intolerância) aparece mais devagar, portanto, levando de 45 minutos a 3 dias para se desenvolver. Os efeitos podem variar, de inchaço ou uma erupção a dor de cabeça, distensão abdominal, indigestão severa ou diarreia. O sistema imunológico reage pela superprodução de um conjunto de imunoglobulinas – IgG e IgM – e pela liberação das proteínas complementares inflamatórias. O melhor modo de detectar a sensibilidade à comida é fazer uma dieta de eliminação. Corte alimentos específicos por pelo menos seis semanas, além de exame de sangue para avaliar as reações do sistema imunológico. Manter um diário alimentar é útil.
O sistema imunológico apresenta uma reação exagerada a irritantes como poeira, pólen, pelos e descamação de animais, mofo, proteínas alimentares ou veneno de insetos, liberando substâncias químicas inflamatórias que desencadeiam os sintomas da alergia.
Coriza e coceira nos olhos, em especial durante as temporadas em que há muito pólen no ar; espirros; urticária e/ou dificuldade para respirar depois de comer alguns alimentos, como amendoim ou frutos do mar; pele vermelha, ressecada e com prurido.
Cientistas britânicos descobriram uma proteína, chamada p110delta, que é, de fato, muito importante no surgimento das crises alérgicas. Fármacos que a combatam poderiam prevenir alergias, deixando para trás os antialérgicos atuais – que, enfim, basicamente reduzem os sintomas depois de já instalada a reação alérgica.
Uma intolerância alimentar não envolve o sistema imunológico, mas ocorre quando o sistema digestivo é incapaz de processar um tipo específico de alimento. Na intolerância à lactose, o corpo não produz suficientemente a lactase, isto é, enzima essencial à digestão da lactose – o açúcar natural do leite. Intolerâncias podem ser de origem genética.
Náusea ou vômito que se instalam gradualmente e persistem ou, às vezes, voltam por semanas ou meses; podem ser acompanhados de dor ou desconforto no abdome, diarreia; e também prisão de ventre, distensão abdominal, flatulência e outros sintomas relacionados ao trato gastrointestinal.
Doença crônica como intolerância à lactose, síndrome do cólon irritável, úlceras, alergias alimentares, doença de Crohn, colite ulcerativa ou doença celíaca.
Procure seu médico, que poderá encaminhá-lo a um gastroenterologista.