Muitas pessoas sentem sudorese, aperto no peito, sensação de desmaio e dificuldades para respirar no dia seguinte do consumo de álcool
Luana Viard | 7 de Fevereiro de 2025 às 11:00
O consumo excessivo de álcool é comum em festas e celebrações, mas a ressaca, que surge após a ingestão, pode trazer não apenas desconforto físico, mas também sintomas psicológicos intensos, como o famoso “aperto no peito”.
"O álcool e a ansiedade são considerados duas faces da mesma moeda.", explica Alëna Balasanova, professora associada de psiquiatria e diretora de educação em psiquiatria de dependência no Centro Médico da Universidade de Nebraska ao site O Globo.
De 10% a 12% das pessoas que abusam do álcool podem sofrer, no dia seguinte, de crises de ansiedade ou um agravamento considerável desse sentimento. Sintomas comuns incluem agitação, dificuldade para respirar e cansaço extremo.
Embora o álcool seja frequentemente consumido como uma forma de socializar ou para relaxar, estudos científicos revelaram que ele pode, na verdade, intensificar a ansiedade. Esse efeito pode surgir à medida que o álcool é processado pelo corpo, um processo que pode demorar um dia ou mais.
O consumo excessivo e frequente de bebidas alcoólicas pode resultar em níveis elevados de ansiedade, principalmente depois que seus efeitos se dissipam. "Não quero assustar as pessoas para pensarem que se saírem e tomarem algumas taças de vinho vão ter um ataque de pânico." exploca Balasanova. "Mas certamente o risco sempre existe."
Esse risco é ainda maior para pessoas que já possuem um transtorno de ansiedade! "Idealmente, pessoas propensas à ansiedade devem evitar o consumo excessivo de álcool ou sequer beber, mesmo que a bebida pareça aliviar a ansiedade a curto prazo.", explica Jennifer E. Merrill, professora associada de ciências comportamentais e sociais na Universidade Brown, nos Estados Unidos (EUA) ao site O Globo.
Os especialistas explicam que o álcool afeta um neurotransmissor, o ácido gama-aminobutírico (GABA), que é essencial para regular o sono, promover o relaxamento e acalmar o sistema nervoso central. Ao ser consumido, o álcool provoca um efeito semelhante ao se conectar com as proteínas cerebrais com as quais o GABA costuma interagir.
"É por isso que as pessoas se sentem mais relaxadas e desinibidas e seus pensamentos acelerados diminuem quando elas bebem", afirma Stephen Holt, professor da Escola de Medicina de Yale e diretor da clínica de recuperação de vícios do Hospital Yale-New Haven, ao site National Geographic Brasil.
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