Afinal, existe mesmo uma recomendação acerca do consumo ideal de água?

A água é um componente essencial para a manutenção da vida. É o maior constituinte do corpo humano, correspondendo a 60% do peso corporal. Ela é

Julia Monsores | 14 de Maio de 2021 às 16:00

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A água é um componente essencial para a manutenção da vida. É o maior constituinte do corpo humano, correspondendo a 60% do peso corporal. Ela é fundamental para o metabolismo do nosso organismo, atuando na dissolução de vários compostos e influenciando em vários processos químicos. Além disso, a água mantém a temperatura corporal equilibrada, através da perda de calor gerado pela transpiração.

Para explicar melhor os benefícios da água e como aumentar a ingestão durante o dia, Raquel Carreiro da Silva, coordenadora nacional de nutrição da Fresenius Medical Care preparou um guia com todas as informações de que você precisa. Confira!

As funções da água

(Imagem: m-gucci/iStock)

O adequado consumo de água ajuda a reduzir as chances de formação dos cálculos renais, as “famosas pedras nos rins”, e facilita a excreção de toxinas pela urina. Vale salientar, que vários fatores além da ingestão de água podem influenciar na formação de cálculos renais, como fatores genéticos, dieta inadequada, rica em sódio, açúcar, baixo consumo de frutas e hortaliças e uso de suplementos alimentares e vitamínicos sem orientação adequada.

Mas manter se bem hidratado é fundamental para quem sofre desse problema.

Com a chegada do verão, é importante manter-se atento em relação à ingestão de água, pois climas mais quentes podem ocasionar o excesso de transpiração, aumentando assim os riscos de desidratação.

Dias quentes exigem uma hidratação mais intensa, principalmente para quem fica por muito tempo exposto ao sol. Praticantes de atividade física também precisam redobrar os cuidados e dependendo do tipo, intensidade e duração do exercício, essa quantidade precisa ser maior.

Existe uma recomendação ideal de consumo de água?

Crédito: kuppa_rock

Não existe uma recomendação única em relação a necessidade de água, que possa ser aplicada a todos. A quantidade ideal a ser ingerida varia em relação ao sexo, peso, idade, atividade física, presença de alguma doença e de fatores ambientais. 

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Para um indivíduo adulto saudável, essa quantidade varia em torno de 2.700 litros para mulheres e de 3.700 litros para homens. Pessoas que possuem doença renal crônica em diálise, podem ter esse volume reduzido, pois uma das características da doença é a perda da capacidade do rim eliminar o excesso de líquido do organismo através da urina.

Nesse caso, o líquido se acumula no organismo, podendo sobrecarregar órgãos como pulmões e coração. Diante dessas situações, a orientação individualizada de um nutricionista é fundamental.

Sinais de desidratação

Imagem: iStock

Vários mecanismos podem influenciar na sensação de sede, mas não devemos esperar essa sensação aparecer, pois geralmente quando estamos com sede, isso pode ser um indicativo de que o organismo já esteja desidratado.

Uma outra forma de identificar se o corpo está precisando de água, é checar a coloração da urina que deve ser sempre amarela clara e límpida. Quanto mais escura for a coloração da urina, sinal de que o corpo está mais desidratado.

Crianças, adolescentes e idosos são os mais sujeitos ao risco de desidratação. Na infância e adolescência, o consumo de bebidas açucaradas e refrigerantes é maior, o que influencia negativamente na ingestão de água nessa população (geralmente consumindo mais essas bebidas a criança deixa de beber a água em substituição).

Além disso, o maior consumo de doces e salgadinhos são fatores que promovem uma maior necessidade no consumo de água. Em pessoas idosas, a redução na ingestão de água pode ser ocasionada devido à redução na sensação de sede, característica muito comum nessa faixa etária.  

Estratégias para aumentar o consumo de água

Imagem: iStock

Para muitas pessoas, manter o adequado consumo de água pode ser uma tarefa difícil. Nem sempre o organismo evidencia sinais de que está precisando de hidratação e a falta de sede pode prejudicar o problema, levando ao esquecimento. A ausência de sabor também pode ser considerada um fator limitante em relação ao consumo adequado de água.

Uma estratégia válida para essa situação é o consumo de águas saborizadas ou aromatizadas, que são preparadas em jarras de vidro com frutas, ervas e especiarias colocadas em infusão na água.

Esse processo faz com que todo o sabor desses ingredientes e benefícios nutricionais passe para a água, deixando-a mais refrescante e saborosa. Por serem praticamente isentas ou com baixa caloria, podem ser consumidas ao longo do dia. Exemplo de ingredientes usados: limão, laranja, abacaxi, gengibre, hortelã, manjericão, canela, etc).

Vale lembrar que o importante é não adoçar essas bebidas. O consumo excessivo de açúcar, principalmente os que estão presentes em sucos industrializados e refrigerantes, devem ser evitados, pois além de promoverem o aumento do peso corporal, contribuem para o surgimento de doenças crônicas como o diabetes por exemplo.

E para quem tem dificuldade de beber volumes de água de uma só vez ou para quem não tem tempo de levantar a todo instante, a dica é ter uma garrafa de água sempre à mão. Isso facilita o consumo de pequenas quantidades em vários momentos do dia e evita que a preguiça ou o esquecimento o impeçam de se manter hidratado. 


Fonte: Raquel Carreiro da Silva, coordenadora nacional de nutrição da Fresenius Medical Care.