A superpílula que reduz o risco de acidente cardiovascular

Um estudo realizado com 7 mil pessoas no Irã comprova a eficácia de uma superpílula combinando vários medicamentos na prevenção de doenças cardiovasculares.

Raquel Zampil | 23 de Agosto de 2019 às 12:15

Sharon McCutcheon/Unsplash -

Uma única pílula diária combinando medicamentos contra a hipertensão e o colesterol, assim como a aspirina. Isso poderia reduzir em um terço o risco de sofrer um acidente cardiovascular em cinco anos, afirma um estudo publicado nesta sexta-feira, 23 de agosto.

A ideia do tratamento, chamado de “polypill” ou superpílula, cuja composição pode variar, foi apresentada há quase 20 anos. Mas o novo estudo, publicado na revista médica The Lancet, é o primeiro em grande escala para avaliar sua eficácia durante esse período.

Testes no Irã

O teste comparativo envolveu uma população rural turcomana do Irã, com idade entre 50 e 75 anos. Um total de 90% dos 7 mil participantes não tinha antecedentes de doenças cardiovasculares. Destes, quase metade eram mulheres.

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Um grupo recebeu apenas conselhos sobre estilo de vida (atividade física, tabagismo etc.), enquanto os demais participantes também tomaram a superpílula. No conjunto, o risco de sofrer um acidente cardiovascular importante (infarto, AVC, entre outros) caiu 34% no segundo grupo em comparação com o primeiro.

Comparado com pessoas que tomam outros remédios cardiovasculares, o efeito protetor global cai a 22%, mas continua sendo significativo, destaca a Lancet.

O tratamento continha doses reduzidas de dois medicamentos contra a hipertensão e uma dose moderada de um anticolesterol, assim como aspirina, informou Gholamreza Roshandel, da Universidade de Medicina da província iraniana de Golestan.

“Mais de 75% das 18 milhões de pessoas que morrem vítimas de doenças cardiovasculares a cada ano vivem em países com renda baixa ou média”, recordou o Dr. Nizal Sarrafzadegan, da Universidade de Medicina de Ispahan, coautor do estudo.

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Uso em grande escala

A estratégia de uma superpílula barata, “se adotada em grande escala, poderia desempenhar um papel chave na concretização do ambicioso objetivo da ONU: reduzir a mortalidade prematura provocada por enfermidades cardiovasculares em pelo menos um terço até 2030”, destacou.

O estudo não permite uma generalização para outras populações. Uma pílula que reúne um coquetel de medicamentos, no entanto, facilita o respeito ao tratamento (63% dos participantes no estudo o seguiram de maneira adequada).

“Os futuros estudos deveriam comparar a ‘polypill’ com os medicamentos tomados separadamente e com resultados a longo prazo. Assim como avaliar seus efeitos na população geral de vários países”, declarou o Dr. Amitava Banerjee, da University College de Londres, que não participou no projeto.

© Agence France-Presse

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