Manter-se informado é fundamental para não cair em cilada; fique por dentro das descobertas mais recentes do mundo da medicina.
A medicina está sempre em constante evolução; todos os dias são feitas novas descobertas e novas opções de tratamento para velhos problemas surgem. Veja abaixo 7 novidades dessa área tão importante para o nosso bem-estar.
1. A gente se encontra no Café Memória
Quando alguém mostra sintomas de demência em público, as pessoas em volta talvez não saibam como reagir. Assim, muita gente que vive com demência se retira do convívio social e, em consequência, seus cuidadores primários também. Para que não se sintam tão isolados e estigmatizados, centenas de cafés da memória foram abertos no mundo inteiro: lugares sem crítica onde as famílias afetadas pela demência podem se reunir. O conceito começou nos Países Baixos e os cafés também existem no Reino Unido, na França, na Itália, na Hungria e na Suécia, para citar alguns lugares. Cada café da memória é um pouco diferente, mas em geral eles oferecem jogos, música, lanches e oportunidades de contar histórias. O principal objetivo é oferecer diversão e aumentar o apoio social, tanto para quem tem demência quanto para seus cuidadores.
2. Osteoartrite: há um aplicativo para isso
Os tratamentos de primeira linha para a osteoartrite incluem exercícios personalizados para fortalecer os músculos em torno da articulação afetada, melhorar seu funcionamento e reduzir a dor. No entanto, visitar o fisioterapeuta com frequência pode ser complicado para os pacientes. Um estudo sueco investigou se o mesmo tipo de orientação pode ser dada pela internet. Depois de seis meses usando um aplicativo chamado Joint Academy (Academia das Articulações), a mobilidade dos pacientes com osteoartrite melhorou e, em média, a dor se reduziu à metade. “O programa do aplicativo é conduzido de forma estruturada, diariamente, com o apoio de um fisioterapeuta”, explica o pesquisador Håkan Nero, da Universidade Lund. O custo de 89 dólares por mês do aplicativo é coberto às vezes pelo seguro-saúde, tanto público quanto privado.
3. Padrões aleatórios de sono e vigília aumentam o risco cardíaco
Após determinar que a quantidade de sono afeta a saúde, agora os cientistas estão examinando o efeito da hora de dormir. Num estudo com americanos de mais de 45 anos, os participantes sem um horário regular de dormir e acordar tiveram quase o dobro da probabilidade de desenvolver doença cardiovascular quando comparados a pessoas que seguiam mais ou menos o mesmo horário, inclusive nos fins de semana. O padrão de sono irregular se manteve como fator de risco significativo mesmo depois que os pesquisadores descontaram outras influências, como o número médio de horas de sono. Os distúrbios prejudiciais ao ritmo circadiano do corpo podem explicar esse possível vínculo.
4. Boca saudável, corpo saudável
Num estudo recente com mais de 185 mil coreanos, escovar os dentes pelo menos três vezes por dia foi associado ao risco menor de desenvolver diabetes. Pode ser mais do que uma coincidência, porque a doença das gengivas envolve inflamação de longo prazo, que, como se sabe, aumenta a resistência à insulina. Estudos anteriores associaram a má saúde dentária a outros problemas ligados a inflamações, como infartos e AVCs. Além de escovar e passar fio dental todo dia, você também pode reduzir o risco de doenças graves visitando o dentista com regularidade.
5. Quem deve fazer exame para hepatite C?
A hepatite C é uma infecção do fígado que costuma passar anos despercebida até surgirem complicações graves, como tecido cicatricial no órgão. A Força-Tarefa de Serviços Preventivos dos EUA recomendou recentemente que todos os habitantes entre 18 e 79 anos fizessem exames para hepatite C, pois hoje existe medicação que permite uma cura rápida e segura. A Associação Canadense para o Estudo do Fígado indica um único teste para quem nasceu entre 1946 e 1975. Enquanto isso, o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças se concentra nos grupos de maior risco, como pessoas que receberam órgãos ou transfusões de sangue ou fizeram cirurgias antes da imposição de regulamentos de segurança para hepatite C em seu país. Onde quer que você more, se achar que corre o risco de ter a doença é possível pedir o exame.
6. Lições sobre felicidade
Há muitos cursos que afirmam tornar as pessoas felizes, mas poucos têm o apoio do padrão-ouro da comprovação: um estudo controlado e randomizado. Pesquisadores da London School of Economics realizaram esse estudo com um curso de oito semanas chamado Exploring What Matters (Explorando o que importa), desenvolvido pela entidade internacional Action for Happiness (Ação pela Felicidade). Os temas do curso, baseados em estudos de psicologia positiva, são como promover bons relacionamentos, lidar com adversidades, tornar mais feliz o local de trabalho e construir comunidades solidárias.
O estudo acompanhou 146 pessoas que se matricularam no curso. Para os participantes que foram até o fim, a autoavaliação da satisfação com a vida subiu da média de 6,4 pontos em 10 antes do curso para 7,4 depois dele. Esse aumento de um ponto é maior do que o encontrado quando desempregados arranjam emprego ou solteiros começam um novo relacionamento. Os participantes do curso também reduziram a ansiedade e a depressão e, em média, passaram de sintomas leves para mínimos.
Até agora, mais de 6 mil pessoas em 250 locais já experimentaram.
7. A Cannabis pode interagir com medicamentos
O uso medicamentoso de Cannabis está aumentando entre idosos nos países em que seu uso é liberado. A maioria desses idosos também toma medicamentos receitados pelo médico. Por exemplo, em 2019, 7% dos canadenses com mais de 65 anos disseram ter feito uso recente de Cannabis, contra menos de 1% em 2012. No entanto, Tony Antoniou, coautor de um relatório sobre o assunto publicado na Canadian Medical Association Journal, adverte: “Quem toma ou pensa em tomar Cannabis, precisa conversar com o médico ou o farmacêutico sobre o risco de interação.” Ele informa que a Cannabis pode afetar a metabolização de alguns medicamentos, tornando-os fortes ou fracos demais. Por exemplo, ela pode aumentar perigosamente o efeito da varfarina (um anticoagulante). E certos remédios, como o cetoconazol (usado em micoses), podem tornar o efeito da Cannabis mais potente do que se pretendia.