97% dos casos de doenças transmitidas por alimentos poderiam ser evitados. Descubra como prevenir a intoxicação alimentar.
Iana Faini e atualizado por Rafaella Gazzaneo | 7 de Setembro de 2019 às 09:00
A maior parte dos alimentos que consumimos contém, naturalmente, pequenas quantidades de bactérias e vírus inofensivos à maioria da população. Se os alimentos são manuseados de maneira errada ou preparados de forma imprópria, esses germes podem crescer a níveis ameaçadores, causando desde um simples desconforto na barriga até uma intoxicação alimentar grave.
Cólicas abdominais, diarreia e vômitos 12 a 24 horas após ingerir comida contaminada são alguns dos sintomas. Mas também pode causar dor de cabeça, febre e calafrios. Se os sintomas persistirem por mais de dois dias ou se você tiver sinais de desidratação, procure um médico.
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Especialistas em segurança alimentar dizem que a maioria dos micróbios causadores de doenças não afetam muito a aparência, o cheiro ou o gosto da comida. Assim, confira abaixo como comprar, cozinhar e armazenar os alimentos de maneira correta!
Embale-as em sacos separados já na hora da compra. Em casa, use potes plásticos ou sacos com fecho hermético para guardar carne, frango, peixes e frutos do mar crus na geladeira e evitar o vazamento de líquidos.
Guarde as carnes cruas na prateleira mais baixa para que seus líquidos não pinguem em outros alimentos. Congele aves e carne moída se não for usá-las em um ou dois dias; congele outros tipos de carne se não for usá-los em quatro ou cinco dias.
Os germes crescem rapidamente em peixes, frango, peru e outras carnes expostas à temperatura ambiente enquanto descongelam. Em vez disso, utilize as seguintes técnicas:
Esfregue vigorosamente as mãos com água e sabão durante 10 a 15 segundos imediatamente antes de manusear os alimentos. Seque-as com toalha de papel ou com um pano de prato limpo. Lave as mãos depois de preparar carnes cruas e também antes de comer. Pesquisas mostram que 25% dos cozinheiros não lavam as mãos depois de mexerem com carne ou peixe crus e 66% não lavam depois de manusearem ovos crus.
Deixe carnes, aves, peixes e frutos do mar crus bem longe das comidas prontas. Só reutilize facas, utensílios, tábuas de corte ou outros equipamentos de cozinha que foram usados no preparo de carnes cruas depois de lavá-los muito bem. Sirva a comida em travessas, tábuas ou pratos limpos – e jamais reutilize aqueles em que os alimentos crus foram preparados.
Observando 100 famílias preparando alimentos, pesquisadores da Universidade de Utah descobriram que apenas 29% limpavam adequadamente as pias e as portas da geladeira depois de terem contato com carnes cruas. Para isso, basta um produto de limpeza antibacteriano ou uma solução de 1 colher (chá) de água sanitária para 1 L de água morna; seque com papel-toalha.
Uma em cada três geladeiras tem o termostato ajustado com a temperatura alta demais para manter os alimentos frios e a salvo, dizem os especialistas. Certifique-se de manter a temperatura a 4°C ou menos e o freezer a -17°C. E não a sobrecarregue: o ar precisa circular para poder gelar os alimentos rapidamente.
De espinafre a melões e de framboesas a cebolas, as frutas, as verduras e os legumes frescos são atualmente fonte de casos de intoxicação alimentar três vezes mais do que a carne vermelha e quase duas vezes mais do que carnes de aves, de acordo com o Centro Americano para Ciência de Interesse Público. Estas estratégias poderão mantê-los ainda mais seguros:
Uma pesquisa da Universidade do Kansas revelou que a cor não é um bom indicador de que a carne vermelha ou a ave esteja bem cozida. A carne moída poderá estar totalmente marrom se a temperatura interna estiver em apenas 54°C – longe dos 71°C necessários para matar as bactérias causadoras de doença. Para complicar ainda mais, carne moída magra e algumas aves poderão estar rosadas mesmo depois de terem atingido uma temperatura segura. Se não tiver muita experiência na cozinha, use um termômetro especial para alimentos. Lave a sonda com água quente e sabão e seque com papel toalha após o uso.
Se os alimentos forem servidos, mas não consumidos imediatamente, como em um piquenique, festa ou bufê, mantenha a comida quente na temperatura de 60°C em pratos aquecidos. Para manter a temperatura das comidas frias, coloque-as em recipientes sobre gelo.
Depois que a carne atingir a temperatura ideal na grelha, mantenha-a quente se não for servir na mesma hora, colocando-a na lateral da grelha, longe das chamas ou do carvão. Se você cozinhou alimentos no forno ou na boca do fogão, poderá mantê-los quentes no forno a 93°C até o momento de servi-los.
Limpe os respingos de comida imediatamente com uma solução de bicarbonato de sódio e água. Se os líquidos das carnes vazarem, use uma solução de 1 colher de chá de água sanitária para cada litro de água morna para matar todos os germes, depois passe um pano umedecido com água e bicarbonato de sódio para remover a água sanitária.
Use gelo suficiente para manter os alimentos a 4°C ou menos. Deixe a bolsa longe do sol e tente manter a tampa fechada o máximo de tempo possível. Coloque carnes e outras comidas em bolsas separadas.
Agora que já sabe 15 dicas para prevenir a intoxicação alimentar, confira 6 dicas para manter os alimentos frescos por mais tempo!
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