Descubra as novidades da ciência para combrater a pressão alta e mantenha suas taxas saudáveis.
A pesquisa médica avançou muito nas últimas décadas, mas ainda há controvérsias sobre o valor ideal, os melhores tratamentos e até como aferir a pressão. No entanto, ninguém tem dúvidas de que a pressão alta pode provocar infarto, acidente vascular cerebral (AVC), problemas de visão e até demência. Conheça 15 fatos que podem salvar a sua vida:
1. A pressão arterial aumenta com a idade
Aos 76 anos, a Dra. Suzanne Oparil ainda tem ótima pressão arterial: “É a sorte de ter bons genes”, conta ela, professora de Medicina da Universidade do Alabama. Como a médica, há pessoas que talvez jamais tenham pressão alta. Mas, na maioria das vezes, a pressão sistólica, que é o número maior, começa a subir por volta dos 40 anos. A hipertensão arterial é definida como uma pressão sistêmica igual ou maior que 140/90 mmHg.
2. A pressão alta costuma ser assintomática
Sua pressão pode estar alta e a única maneira de saber disso será aferindo-a. Mas é preciso aprender como obter uma leitura confiável. A pressão arterial pode variar de 30 a 40 pontos durante o dia, segundo a Dra. Oparil; em geral, ela cai à noite e sobe pela manhã. “Ela também pode disparar até quando é aferida, um fenômeno conhecido como ‘hipertensão do jaleco branco’.”
O melhor jeito de medir é fazendo um exame de 24 horas, com aferições três a quatro vezes por hora durante o dia e de 30 em 30 minutos à noite.
3. Cuidado com o número mais alto depois dos 50 anos
O número mais alto mede a pressão sistólica, que é a força despendida no momento em que o coração bombeia o sangue pelo corpo. O número mais baixo (pressão diastólica) mede a pressão entre os batimentos, quando o coração está em repouso. “O número mais alto é o que importa, porque a pressão sistólica é a força máxima assimilada por artérias e órgãos vitais a cada batimento”, explica a Dra. Sheila Sahni, da Universidade da Califórnia. “Quando sobe, a pressão pode prejudicar rins, olhos, o cérebro e até o revestimento dos vasos sanguíneos.” A pressão diastólica costuma ter um pico por volta dos 55 anos e depois cai.
4. Ainda não há consenso sobre o número ideal
Os pesquisadores ainda debatem sobre qual é a pressão arterial ideal para quem tem mais de 50 anos. Até recentemente, os indícios mostravam que a pressão sistólica abaixo de 140 mm de mercúrio ou abaixo de 150 para quem tem mais de 60 anos seria um bom alvo. Em setembro de 2015, novas descobertas do Estudo de Intervenção em Pressão Arterial Sistólica (SPRINT, na sigla em inglês) derrubaram essa orientação.
No estudo randomizado com mais de 9.300 participantes cardiopatas ou com risco elevado de cardiopatia, dos quais quase 30% tinham 75 anos ou mais, os pesquisadores compararam um grupo de voluntários cujo alvo era reduzir agressivamente a pressão sistólica para menos de 120 mmHg com outro grupo cujo alvo era uma pressão sistólica abaixo de 140 mmHg. Pessoas do primeiro grupo tiveram probabilidade 25% menor de sofrer um AVC ou ter uma doença cardiovascular durante os três anos da pesquisa.
5. O nível ideal varia de pessoa para pessoa
As diretrizes oficiais são só orientações, não leis. “Cada paciente é diferente”, diz o Dr. Townsend, especialista em hipertensão arterial dos Estados Unidos. Em pacientes com baixo risco cardiovascular, um valor sistólico mais alto pode ser aceitável. Isso também ocorre com alguns pacientes de alto risco que não toleram a terapia agressiva por causa dos efeitos colaterais. “É preciso ter cuidado com uma pessoa de 69 anos que toma quatro medicamentos para manter a pressão em 135 mmHg; talvez não valha a pena acrescentar mais um remédio”, pondera o Dr. Townsend. Pergunte ao médico o que é melhor para você.
6. Mudanças no estilo de vida podem surtir efeito
Reduzir o consumo de sal e comer frutas, legumes e verduras pode diminuir a pressão arterial em 5 pontos. Em 2016, pesquisadores suecos também constataram que a atividade física reduz a pressão sistólica de pessoas com hipertensão arterial em uma média de 11 pontos. “Para quem tem hipertensão de baixa a moderada, as mudanças saudáveis podem eliminar a necessidade de medicação”, diz o Dr. Glenn M. Chertow, professor da Universidade de Stanford.
7. O café eleva a pressão, mas não se assuste
Os pesquisadores sabem que uma xícara média de café forte faz a pressão subir. Em um artigo de 2011 publicado na revista The American Journal of Clinical Nutrition, os pesquisadores concluíram que 200 mg a 300 mg de cafeína (ou de 7 a 14 cafezinhos) aumentaram a pressão sistólica em 8 pontos em média. O pico dura cerca de três horas, mas parece não haver efeito a longo prazo.
8. Medicamentos podem fazer subir a pressão
“Muitos remédios para resfriados contêm pseudoefedrina, que contrai os vasos sanguíneos e eleva a pressão”, diz a Dra. Sahni. Os anti-inflamatórios não esteroides como ibuprofeno também podem elevar a pressão em 3 a 6 pontos. Isso é suficiente para aumentar o risco cardiovascular caso você os tome regularmente.
9. Fique de olho no sal à medida que você envelhece
A recomendação de reduzir a ingestão de sal é controversa. Um dos motivos é que nem todo mundo é sensível ao sal. Mas, com a idade, muitas pessoas tendem a aumentar o consumo porque o paladar fica menos eficaz. As diretrizes da Organização Mundial da Saúde orientam o consumo máximo de 5 g de sal por dia para adultos saudáveis.
Mas, atenção, a maior parte do sal está escondida nos alimentos industrializados; confira os rótulos e escolha produtos com pouco sódio.
10. Novos remédios não são necessariamente melhores
Em geral, os médicos começam a tratar a pressão alta com diuréticos, que estão entre os medicamentos mais antigos no combate à hipertensão. Eles funcionam ao remover do corpo o excesso de água e sódio. Medicamentos mais recentes, os chamados inibidores de ECA (enzima conversora de angiotensina), impedem que o organismo produza um hormônio que faz a pressão subir. Os bloqueadores do receptor de angiotensina II (BRAs) barram a ação do mesmo hormônio. Mas pesquisas mostram que os medicamentos mais recentes talvez não sejam mais eficazes do que os diuréticos, embora possam ter menos efeitos colaterais.
11. Exercícios simples para as mãos podem ajudar
Em um importante relatório sobre modos alternativos de baixar a pressão, publicado em 2013 na revista Hypertension, os pesquisadores confirmaram que exercícios para as mãos podem reduzir a pressão cerca de 10%. Aparelhos simples vendidos na internet e em lojas de produtos esportivos são eficazes. Mantenha o aparelho apertado durante 2 minutos por vez, em um total de 12 a 15 minutos, três vezes por semana.
12. Para muita gente, um só remédio não basta
Se sua pressão for moderadamente alta, talvez seja necessário tomar apenas um comprimido para baixá-la, Mas muita gente precisa de vários. “Cada medicamento diminui apenas alguns pontos”, explica o Dr. Chertow. “Dependendo do paciente, combinamos vários tipos de medicação para obter um efeito ótimo.”
13. A pressão arterial pode cair demais
O perigo é maior quando as pessoas se levantam e a pressão não é suficiente para bombear o sangue até o cérebro, fenômeno chamado de hipotensão ortostática. Os mais velhos correm mais risco de quedas capazes de provocar fraturas. Se você toma remédios e sente tontura, converse com o médico.
14. Respire fundo para diminuir a pressão
Já foi comprovado que respirar fundo 6 vezes em 30 segundos baixa a pressão sistólica em cerca de 3 pontos (temporariamente). Um aparelho portátil chamado RESPeRATE, aprovado pelo órgão de controle americano FDA, emite sons para guiar as sessões de respiração profunda.
15. Respeitar o tratamento é fundamental
Combinar a medicação com mudanças do estilo de vida costuma bastar para tirar o paciente da zona de risco. Mas, depois de atingir o alvo, é essencial dar continuidade ao tratamento. “Muitas pessoas se esquecem de tomar os remédios. Ou interrompem a medicação quando acham que têm efeitos colaterais”, diz a Dra. Sahni. Se você abandonar o tratamento, ela voltará a subir. Como a pressão sistólica aumenta com a idade, a maioria dos indivíduos que têm hipertensão arterial precisa ajustar a medicação periodicamente.
Por PETER JARET de DE AARP BULLETIN