A gordura corporal geralmente é vista como a grande vilã pelas pessoas. Mas, você sabia que nem toda gordura é prejudicial para a nossa saúde?
Redação | 1 de Junho de 2020 às 01:01
A gordura corporal geralmente é vista como a grande vilã pelas pessoas. Mas, você sabia que nem toda gordura é prejudicial para a nossa saúde? Veja abaixo 13 segredos da gordura do corpo que você precisa saber:
Seus quilos a mais devem ser evitados a todo custo, não é? Na verdade, embora estar acima do peso não costume fazer bem à saúde, nem toda gordura é igual; parte dela pode ser até benéfica.
Há dois tipos principais de gordura corporal. A gordura branca é mais abundante e é o que pegamos quando beliscamos o meio do corpo. A gordura marrom, encontrada principalmente na região do pescoço, queima energia em vez de armazená-la, como faz a gordura branca, de acordo com o Dr. Scott Kahan, diretor do Centro Nacional de Peso e Bem-Estar de Washington.
A gordura marrom também pode evitar o diabetes. Segundo um estudo publicado na revista Cell Metabolism, os indivíduos com quantidade maior de gordura marrom têm menos flutuações da glicemia e, assim, risco reduzido de desenvolver diabetes.
Os bebês têm alto nível de gordura marrom, que ajuda a regular a temperatura do corpo. Infelizmente, ela se perde com a idade, e os adultos só têm pequenas quantidades.
Os adultos podem aumentar a gordura marrom se expondo ao frio. Num estudo recente, pessoas que dormiram num quarto relativamente frio (por volta dos 19°C) aumentaram em até 40% a quantidade e a atividade da gordura marrom. Mas dormir em calor leve (27°C) reduziu a quantidade de gordura marrom. Parece que banhos frios não a afetam.
Outro promotor da gordura marrom: casca de maçã. O ácido ursólico, encontrado em teor elevado na casca da maçã, aumenta a gordura marrom. Outros alimentos que contêm ácido ursólico são os arandos (cranberries), os mirtilos e as ameixas frescas e secas.
A gordura marrom tem seus problemas. Os radiologistas não gostam dela, porque o calor que produz torna mais difícil encontrar com aparelhos a atividade ligada a tumores em pacientes com câncer. Embora não haja indícios decisivos de que algum alimento ou nutriente ative a gordura marrom, em geral os radiologistas recomendam aos pacientes que façam uma alimentação rica em gordura e pobre em carboidratos antes dos exames, porque isso reduziria a ativação da gordura marrom. (Ou seja, parece que uma alimentação com pouca gordura e muito carboidrato promoveria essa atividade.) Os radiologistas até mantêm aquecidas as salas de espera para não ativar a gordura marrom.
Assim como a marrom não é perfeita, a gordura branca também não é de todo má. Embora as pessoas tendam a demonizá-la, a gordura branca traz benefícios importantes à saúde. Ela envolve e protege os órgãos vitais. Ajuda a nos manter aquecidos. E, é claro, armazena calorias para uso posterior, evitando que morramos de fome se houver escassez de comida.
Às vezes, a gordura branca se transforma em marrom, quando é chamada de gordura bege. Como a marrom, a gordura bege queima calorias e, portanto, ajuda a combater a obesidade. Os cientistas ainda tentam descobrir como acontece a conversão; um estudo indica um hormônio chamado irisina, que os músculos produzem quando se exercitam.
A sensibilidade das células adiposas às mudanças de temperatura permite que haja mais de uma maneira de nos livrarmos da gordura indesejada. Tratamentos resfriadores como o CoolSculpting literalmente congelam e matam as células adiposas, explica a Dra. Anne Chapas, diretora do Union Square Laser Dermatology e instrutora de dermatologia do Centro Médico Monte Sinai, em Nova York. O corpo remove essas células lesionadas no decorrer de vários meses.
O calor também pode ser usado para eliminar células adiposas, diz a Dra. Chapas. “Vários estudos mostraram que aquecer as células adiposas acima de 40°C num período mais longo pode provocar sua morte programada”, revela ela, e depois elas são eliminadas pelo corpo. É o mecanismo usado na lipólise a laser e por radiofrequência, tratamentos populares para emagrecer. Mas a destruição das células adiposas não significa que o peso não vai voltar. As que sobram podem se expandir e novas células surgem depois dos tratamentos com calor ou frio, que não substituem a alimentação saudável e os exercícios.
A cor não é o único sinal que revela a nocividade da gordura. Por exemplo, o excesso de gordura armazenada no abdome ou em torno de órgãos internos, como o fígado e o intestino, “libera substâncias inflamatórias e outras moléculas que aumentam o risco de doença cardíaca, doença hepática, diabetes e mais problemas de saúde”, observa o Dr. Kahan. Por outro lado, a gordura armazenada nos braços, pernas ou quadris não costuma fazer tanto mal.
A gordura foi ligada à saúde cerebral. De acordo com um estudo publicado na revista Neurology, pessoas com índice de massa corporal (IMC) e razão entre cintura e quadril mais altos tinham menos matéria cinzenta – material do cérebro que processa informações novas – do que pessoas mais magras. Mas os autores do estudo não sabem dizer se a gordura corporal é causa ou consequência dessas diferenças cerebrais.