Tireoidite de Hashimoto: confira um guia com todas as informações importantes sobre essa doença que afeta a tireoide
A Tireoidite de Hashimoto é uma doença autoimune que provoca inflamações na tireoide, a glândula responsável pela liberação de diversos hormônios importantes para o bom funcionamento do nosso corpo.
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Conhecida cientificamente como tireoidite linfocítica crônica, essa doença, que tem uma evolução lenta, faz com que o organismo fabrique anticorpos contra as células da tireoide. E assim, esses anticorpos, aos poucos, provocam a destruição ou a redução das atividades da tireoide — levando ao hipotireoidismo.
Para explicar melhor o que é a tireoidite de Hashimoto, suas causas, sintomas e tratamentos, conversamos com a Dra. Adriane Pitta, médica endocrinologista. Confira!
O que é a tireoidite de Hashimoto?
Dra. Adriane Pitta: A Tireoidite de Hashimoto é uma inflamação autoimune da glândula tireoide, que fica na parte anterior do pescoço, logo abaixo do Pomo de Adão (mais conhecido como gogó).
A glândula tireoide é uma importante glândula do corpo; ela é comandada por outra que é a hipófise (localizada no cérebro) e produz hormônios muito importantes que são usados pela maioria das células do corpo humano, promovendo a homeostase, o equilíbrio de várias funções metabólicas.
Por que ela ocorre?
Dra. Adriane Pitta: A tireoidite de Hashimoto ocorre devido a um erro do sistema imunológico, que fabrica anticorpos contra as suas células, ou ainda contra seus receptores de membrana. E assim, pode responder de três maneiras:
1) Trabalhando mal: é quando falamos que há o hipotireoidismo, isso é, a glândula não consegue produzir os hormônios em níveis adequados ao que o corpo precisa;
2) Trabalhando muito, geralmente na fase inicial da doença, o que chamamos de fase de hipertireoidismo da tireoidite de Hashimoto;
3) Eutireoidismo: nos casos em que a glândula é atacada pelo sistema imunológico, mas continua trabalhando bem, não há alteração da função da tireoide apesar da inflamação.
Há fatores de risco para sua ocorrência?
Dra. Adriane Pitta: Sim. Dizemos que quando uma pessoa já tem uma doença autoimune ela pode ser mais suscetível a ter outra doença do sistema imunológico. E deste modo, pode desenvolver o Hashimoto.
Na América, estima-se que a causa mais comum de hipotireoidismo é a autoimune, e mulheres, indivíduos mais idosos, os que têm familiares com história de doença tireoidiana prévia, e ainda aqueles que são acometidos por síndromes cromossômicas são indivíduos com maior prevalência da doença.
Quais são os sinais de alerta para uma possível tireoidite de Hashimoto?
Dra. Adriane Pitta: Os sinais são relativos, alguns sentem que algo incomoda ou têm um volume “que cresceu” observado na garganta. Já os sintomas da doença dependem da ocorrência da tireoidite.
No caso da hipofunção da glândula, o paciente pode apresentar:
Já na hiperfunção glandular, os sintomas podem ser:
- Excesso de calor;
- Insônia;
- Agitação;
- Perda de peso;
- Suor excessivo.
Alguns sintomas são comuns nas duas ocorrências, como o cansaço e a alteração de memória. Além disso, essas manifestações podem ser leves ou ainda mais graves, levando a arritmias cardíacas e ainda quadros psiquiátricos importantes.
Como é feito o tratamento? Tem cura?
Dra. Adriane Pitta: O tratamento depende da função da glândula. Se houver necessidade, há a reposição dos hormônios, no caso do hipotireoidismo, ou ainda o médico prescreve medicações que suprimem a atividade glandular, em casos de hipertireoidismo.
Porém não podemos esquecer que a tireoidite de Hashimoto é uma doença do sistema imunológico e como tal, há necessidade de o paciente adotar hábitos de vida mais saudáveis que vão ajudar – e muito, o controle da doença.
Ocasionalmente a doença é transitória e pode ter cura, mas na maioria das vezes ela se comporta como uma doença crônica. E como tal, o sucesso do tratamento passa pela adesão a um estilo de vida com mais qualidade.
Cito aqui alguns exemplos:
Em quais casos a cirurgia da tireoide é indicada?
Dra. Adriane Pitta: A cirurgia pode ser indicada se a glândula crescer muito de tamanho, condição chamada de bócio, e ainda se este bócio comprimir estruturas do pescoço que possam comprometer as funções de outras estruturas locais.
Além disso, também em alguns casos em que nódulos grandes também possam comprometer a função destas estruturas.
Fonte: Dra. Adriane Pitta (CRM 169441) atua em endocrinologia clínica e saúde integrativa. É pós-graduada em nutrologia (USP) e medicina de urgência e emergência no Hospital Albert Einstein, e atende no Dr.consulta.