Picada de cobra é muito comum em áreas de mata ou entulho e terrenos baldios. Saiba o que fazer se for picado por uma cobra.
Você já levou uma picada de cobra? A cobra é o réptil mais temido no mundo. Nem todas as espécies são perigosas, mas ao avistar uma muitas pessoas já tremem de medo! E não é por menos, né? Entre anos de 2000 e 2018, o Ministério da Saúde registrou mais de 500 mil acidentes com cobra no Brasil, e quase 2 mil mortes.
As picadas de cobra não são tão raras quanto se pensa, principalmente em áreas de mata. O estado com maior número de ocorrências é o Pará, com quase 84 mil casos nesse período. Em termos percentuais, Roraima foi o estado com mais casos no ano de 2018.
Se prevenir para não ser picado é sempre importante, mas caso aconteça, você sabe o que fazer?
Como se prevenir de uma picada de cobra?
É preciso ressaltar que as picadas de cobra não são ataques. As cobras somente picam quando se sentem ameaçadas. Assim, a melhor forma de se prevenir é evitar andar desprotegido em locais onde podem se encontrar serpentes, como matas, florestas, lagos, plantações ou próximo a entulhos e terrenos baldios.
Há muitas formas de se proteger. Como por exemplo, utilizar equipamentos de proteção individual (luvas de raspa de couro e botas). É importante sempre estar atento ao local que está caminhando e não colocar as mãos em buracos na terra e ocos de árvores.
Outra dica é, ao amanhecer ou entardecer, evitar se aproximar de vegetação muito próxima ao solo, gramados e jardins, pois são os períodos em que as serpentes estão em atividade.
Primeiros socorros em caso de picada de cobra
Em caso de picada de cobra, o tratamento precisa ser feito em até 30 minutos.
- Deitar e acalmar a vítima;
- Lavar o local da picada com água ou água e sabão;
- Aplicar compressa de gelo no local;
- Com o auxílio de uma maca, transportar a vítima ao posto de saúde mais próximo para aplicação de soro e tratamento;
- Caso seja possível, levar a cobra (viva ou morta) para identificação.
Os soros mais comumente aplicados em casos de picada de cobra são:
- cobra desconhecida = soro anti-ofídico (polivalente);
- jararaca = soro anti-botrópico ou soro anti-ofídico (polivalente);
- cascavel = soro anti-crotálico ou soro anti-ofídico (polivalente);
- surucucu = soro anti-laquético ou soro anti-ofídico (polivalente);
- coral verdadeira = soro anti-elapídico ou soro anti-ofídico (polivalente).
O envenenamento por conta de cobras cascavéis é o mais sério e letal do mundo. Ele pode matar em poucas horas ou após 6 a 12 dias, devido à lesão renal.
A vítima fica com “cara-de-bobo” devido a paralisia dos músculos ao redor dos olhos e a urina muda de cor e fica em um tom vermelho-castanho-escuro e diminui muito de volume. Em casos mais graves, ela para completamente.
Caso a vítima não seja socorrida com rapidez, ocorrerá necrose ao redor da lesão, e que pode estender-se ao longo do membro, levando à amputação.
Outro tipo de cobra venenosa é a jararaca. Sua picada pode levar – além da “cara-de-bobo” e mudança de cor da urina – bolhas no local e sangramento das gengivas. O sangue não coagula e pode ficar uma cicatriz, devido à necrose no local da picada.
O que não fazer quando for picado
Não faça, em hipótese alguma:
- Torniquete ou garrote;
- Cortar ou perfurar o local (ou próximo) da picada;
- Colocar pó de café, folhas ou qualquer outra substância que possa contaminar a ferida;
- Oferecer bebidas alcoólicas, querosene ou qualquer outro líquido tóxico.
Uma técnica que não é recomendada pelo Instituto Butantan, mas que era utilizada há pouco tempo – caso não fosse possível transportar imediatamente a vítima – era puncionar em volta da picada com uma agulha esterilizada (fazer de 15 a 20 furos) e chupar o veneno que saísse, cuspindo logo em seguida. O procedimento não pode ser feito em caso de cáries ou feridas na boca.