Inchaço, hematomas, dor e celulite. Estas são algumas das queixas de quem sofre com lipedema, distúrbio que afeta principalmente mulheres.
Inchaço, hematomas, dor e muita celulite. Estas são algumas das queixas de quem sofre com lipedema, distúrbio que afeta principalmente as mulheres e costuma surgir durante a puberdade, gestação, menopausa ou em alguma situação de muito estresse. De acordo com dados do Ministério da Saúde, cerca de 11% da população feminina brasileira sofre com lipedema e com outras doenças associadas a ela que podem agravar o quadro de saúde.
No entanto, frequentemente o lipedema é confundido com o linfedema (acúmulo de líquido linfático no tecido adiposo) de membros inferiores ou simplesmente com a obesidade.
Continue acompanhando para saber mais sobre o lipedema e veja opções de tratamentos!
O que é lipedema?
Lipedema significa “síndrome gordurosa dolorosa”. De acordo com o bioengenheiro e linfoterapeuta Daniel Zucchi, esse distúrbio se caracteriza pelo aumento simétrico do tecido gorduroso nas pernas e braços.
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“É uma doença genética que provoca um acúmulo anormal de gorduras de tecido adiposo nos membros inferiores. Isso ocasiona um edema que comprime os vasos linfáticos e sanguíneos. O curioso é que este inchaço não atinge os pés”, explica.
Ao contrário das celulites, o lipedema pode ser doloroso ao toque, e costuma poupar regiões do corpo como mãos, pés e tronco. “Essa é uma doença subdiagnosticada e pouco investigada, apesar de causar um impacto psicológico imenso. As mulheres que estão com o distúrbio escutam frases do tipo: isso é normal!; é genético; ou mesmo que estão obesas”, comenta Zucchi.
Obesidade ou lipedema?
Diferentemente da obesidade, em que há um acúmulo de gordura generalizado pelo corpo, no lipedema esse acúmulo se concentra nos braços e pernas. Além disso, outra diferença observada é que o lipedema surge apenas em momentos de variações hormonais, enquanto a obesidade pode surgir a qualquer momento — inclusive na infância.
Mudança na alimentação, com vista a redução calórica, não é efetiva para controle dessa doença, diferente da obesidade.
A melhor maneira de diagnosticar o lipedema é com o exame físico e anamnese realizados por médico. Embora não possa ser diagnosticada por exame de sangue, alguns médicos recomendam realizar com periodicidade dosagem hormonal tireoideana, marcadores inflamatórios e a dosagem de vitamina B e D. E isso porque é comum que surjam outras doenças relacionadas ao lipedema, de modo que o tratamento dessas doenças pode ser necessário de forma concomitante.
Sintomas lipedema
Os sintomas variam de cada caso, mas no geral é possível observar:
- Hipersensibilidade ao toque;
- Desconforto no joelho;
- Perda da elasticidade da pele;
- Cansaço geral;
- Dores crônicas;
- Hematomas;
- Celulites;
- Baixa de vitamina D, ferro e/ou B12;
- Inchaços.
Tratamentos
Embora não haja, na maioria dos casos, cura identificada para o lipedema, a detecção precoce e o tratamento podem reduzir os danos progressivos ao estado de saúde do paciente. Nos estágios iniciais, é possível estacionar a progressão da doença com tratamento clínico. Além disso, é possível controlar os edemas com compressões, medicamentos, drenagem linfática manual e terapia de descongestão completa.
Além disso, Daniel Zucchi afirma que o tratamento com linfoterapia associada à técnica de eletroterapia também apresenta bons resultados.
“Já tratei muitas vezes de lipedema com muito sucesso. Os resultados são bem satisfatórios e aparentes. Isso eleva a autoestima das mulheres!”, concluiu.
Embora a cirurgia bariátrica não reduza a gordura lipedemica, ela pode também ajudar a tratar as comorbidades que o acompanham.