Conheça os principais cuidados que você precisa ter para fazer uma introdução alimentar adequada para o seu bebê.
Enquanto o bebê depende somente da amamentação, seja com leite materno ou não, sua alimentação está completa. Mas, com o passar do tempo, seu organismo necessita de outros nutrientes que só os alimentos podem oferecer, como o ferro, por exemplo. Nesse momento surgem as primeiras dúvidas sobre introdução alimentar.
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De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Sociedade Brasileira de Pediatria, a partir dos 6 meses é o momento ideal para incluir novos alimentos nas refeições dos bebês. Mas nem sempre essa é uma tarefa fácil. Afinal, o que eles podem ou não comer? E o que fazer quando eles não aceitam os alimentos?
Essas e outras dúvidas são muito comuns e podem deixar os pais sem saber o que fazer. Mas não precisa se desesperar. Com as orientações adequadas, essa fase poderá ser mais tranquila do que parece.
Primeiros passos da introdução alimentar
Uma nova rotina familiar precisa ser estabelecida com a introdução alimentar, pois a amamentação em livre demanda não será mais suficiente. Nesse momento, um novo cardápio entra em cena, e as incertezas podem surgir em cadeia. Então, para facilitar esse processo, nada melhor do que ter as informações corretas.
Uma orientação adequada com o pediatra ou nutricionista infantil é indispensável. Cada criança é única, e suas demandas podem ser diferentes. Porém, existem alguns cuidados que se estendem a todos, como o uso de sal e açúcar. Para a utilização desses ingredientes é recomendado esperar até os dois anos.
Depois de 2 ano de idade, pode-se usar mel, se for necessário, e a menor quantidade de sal possível. Como os bebês não conhecem o sabor, não sentirão falta. O importante é variar nas opções de frutas, legumes, verduras e proteínas oferecidas para que eles formem um paladar amplo.
A importância da escolha dos alimentos
Um dos principais cuidados que você precisa ter ao montar o prato do seu bebê é escolher alimentos de grupos alimentares diferentes; ou seja, proteína, hortaliças, tubérculos, grãos, leguminosas e frutas. Segundo a pediatra Thatiana Peixoto, “deve-se ofertar uma alimentação variada e rica em nutrientes, tanto macronutrientes (carboidratos, proteínas e gorduras) como micronutrientes (vitaminas, ferro e zinco)”.
Mas para isso é necessário conhecer melhor cada grupo para montar refeições completas, com cores variadas. Além disso, é fundamental evitar ao máximo alimentos industrializados, como papinhas e iogurtes. Quanto mais saudável a alimentação nessa fase, melhor.
“Hoje em dia, de uma maneira geral, as pessoas estão muito mais preocupadas com a saúde, com a alimentação, buscando uma vida mais saudável. Então, por que não começar a introdução alimentar das crianças também de maneira correta?”, analisa Dra. Thatiana.
Outra dica é evitar comer alimentos que não sejam apropriados para os bebês na frente deles. Assim, não gera curiosidade e mantém-se uma alimentação adequada por muito mais tempo. Sem dúvida, é difícil, mas ao não deixar que seu filho coma doces e outros alimentos industrializados você evitará problemas de saúde, como um desconforto abdominal e até uma intoxicação alimentar.
Técnicas que ajudam na hora de comer
Fazer com que o bebê de adapte à mastigação dos alimentos requer paciência. Atualmente, existem várias técnicas que podem ajudar nesse processo. Além da tradicional papinha, os pais podem oferecer os alimentos in natura para a experimentação dos bebês. O famoso método BLW.
Porém, é necessário entender que a aceitação não será imediata. Como afirma a pediatra, “a primeira coisa que os pais têm de saber é que a recusa alimentar é muito comum nas primeiras semanas da introdução alimentar. Por isso, eles devem oferecer o mesmo alimento de 8 a 10 vezes, devido à adaptação das papilas gustativas”.
Durante esse processo, também é preciso estar atento às reações do bebê a cada alimento. Ou seja, avaliar se mesmo após as diversas tentativas ele realmente não aceita certas comidas. Afinal, as crianças também possuem suas preferências. Desse modo, ir montando o cardápio ideal.
Quanto ao método mais eficaz, dependerá da dinâmica familiar de cada um. Como a Dra. Thatiana orienta, “a família deve avaliar, juntamente com o pediatra, qual método se encaixa melhor para o seu filho”. Se a papinha for a única solução disponível, vale a pena prepará-la com alimentos frescos, por exemplo. Caso seja possível inserir o método BLW na rotina, fique atento ao tamanho dos alimentos para não causar engasgos.
De todo modo, é importante compreender que esse é um processo lento. É preciso avaliar constantemente a receptividade do bebê aos alimentos e ir se adaptando à realidade. Além disso, buscar sempre oferecer a mais variada quantidade de nutrientes para que ele cresça saudável.