Você sabia que o exame de urina pode detectar diversas doenças? Saiba mais sobre cada uma delas e como prevenir-se delas!
O exame de urina normalmente é solicitado pelos médicos para identificar alterações no trato urinário e renal. Mesmo que sua urina esteja com uma aparência considerada normal, pode haver alguma alteração. Feito por meio da coleta e análise da primeira urina do dia, o exame de urina consegue detectar doenças preexistentes, inclusive em quadros assintomáticos. Por isso, é um exame que deve ser feito com certa regularidade.
“A urina é uma das principais vias de excreção do nosso organismo. Assim, o exame dela pode oferecer informações importantes sobre o nosso estado fisiológico e sobre a presença e evolução de doenças sistêmicas, sobre o estado funcional dos rins. A sua realização periódica ajuda o médico a identificar se há algum desequilíbrio no nosso organismo”, explica o Dr. Artur Ramos Moreno, urologista do dr.consulta.
Assim, “o exame de urina é fundamental para se fazer diversos diagnósticos”, acrescenta a Dra Lecticia Jorge Barbosa, nefrologista e diretora de Serviços Hospitalares da Fresenius Medical Care.
Continue acompanhando para saber quais doenças podem ser identificadas no exame de urina e como prevenir-se delas.
Infecção urinária
Na maioria das vezes, bactérias externas que chegam à bexiga pela uretra são a causa das infecções urinárias. Gerando ardência e desconforto, nesses casos é necessário realizar um tratamento com antibióticos.
“O diagnóstico de infecção urinária pode ser feito pelo exame de urina, chamado de sumário de urina (EAS) ou Urina 1. Nele encontramos a presença de células inflamatórias na urina e também podemos confrontar com a urinocultura para ver se há crescimento bacteriano. A interpretação conjunta desses dois exames, com avaliação de outros sintomas, permite avaliar se é uma cistite ou uma pielonefrite, que é uma infecção mais alta”, explica a Dra Lecticia Jorge.
A infecção urinária também pode ocorrer na gravidez, sendo, nesses casos, de suma importância realizar um tratamento eficaz, de modo que a saúde do feto não seja prejudicada.
Cálculos renais
Conhecido popularmente como pedras nos rins, os cálculos renais resultam de depósitos microscópicos na urina que se solidificam com o tempo. Há muitas causas para sua ocorrência, como a predisposição genética, infecções urinárias, doença renal, desidratação crônica e certos distúrbios metabólicos que afetam a composição da urina.
“A urina pode dar indícios de alterações de cálculos, mas o exame de diagnóstico de imagem, padrão ouro, é a tomografia de abdome sem contraste. Mas antes também pode ser feito o ultrassom”, acrescenta a Dra Lecticia Jorge.
Você pode adotar algumas medidas práticas para evitar o surgimento de cálculos renais — como ingerir mais água ao longo do dia e apostar em alimentos ricos em cálcio, que ajudam a evitar a formação dos cálculos.
Glomerulopatias
De acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia, as glomerulopatias (conhecidas também como glomerulonefrites) são doenças que acometem os glomérulos, estruturas constituídas por um tufo de capilares sanguíneos e outros elementos responsáveis pela ultrafiltração do plasma.
“Perda de proteína na urina e sangue, por exemplo, indica que pode haver um conjunto de doenças, como as glomerulopatias. Dependendo do caso, o nefrologista pode solicitar uma biópsia renal”, explica a Dra Lecticia Jorge.
Essas doenças podem ter origem nos rins e acometer apenas esses órgãos, sendo chamadas de primárias, ou podem ser secundárias a outras doenças, como diabetes, hepatites, doenças autoimunes, dentre outras. Podem se manifestar de forma assintomática ou gerar sintomas urinários, como urina escura e diminuição do volume urinário.
Desidratação
O exame de urina também pode detectar quadros de desidratação. Por meio da análise laboratorial, será identificado o grau de gravidade da desidratação, considerando seu aspecto.
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“O diagnóstico de desidratação é essencialmente clínico, é a avaliação clínica do médico. Mas o exame de urina pode ajudar no diagnóstico. Avaliando a densidade da urina, coloração e a concentração dos sólidos na urina pode sugerir uma desidratação do paciente que colheu o exame”, explica o Dr. Artur Ramos Moreno, urologista do dr.consulta.
A recomendação de que devemos ingerir pelo menos dois litros de água por dia se deve a muitas razões. Dentre elas, o papel desempenhado pela água no bom funcionamento do intestino, para que as células do nosso corpo trabalhem e produzam energia suficiente para o corpo funcionar e para evitar o surgimento de problemas nas articulações.
Se você tem dificuldades de ingerir água ao longo do dia, aposte em chás de ervas, leite e isotônicos. No entanto, opte por versões sem açúcar. Evite também a cafeína em excesso, uma vez que ela pode ter um leve efeito diurético e estimular os rins a eliminarem água.