Aducanumab é o primeiro medicamento contra o Alzheimer que a FDA aprova em quase 20 anos, porém, em meio à polêmicas; saiba mais.
Um novo medicamento contra o Alzheimer foi aprovado nos Estados Unidos. Entretanto, em meio à polêmica. A Food and Drug Administration (FDA) – que podemos comparar à brasileira Anvisa – autorizou na segunda-feira (7) o uso do medicamento aducanumab, da Biogen Inc, para as fases iniciais da doença de Alzheimer.
O aducanumab é um fármaco administrado por meio de infusão intravenosa que tem o objetivo de atrasar a decadência cognitiva que atinge as pessoas que estão nos primeiros estágios do Alzheimer, removendo do cérebro as placas prejudiciais chamadas beta-amiloides.
Vale mencionar que este é o primeiro medicamento para a doença que a FDA aprova em quase 20 anos.
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Sobre a aprovação do aducanumab
Acontece que em 2020 um comitê consultivo independente defendeu que não há evidências suficientes para assegurar que o aducanumab seja realmente eficaz para o tratamento do Alzheimer.
Segundo reportagem da CNN, esse comitê independente foi convidado a votar em algumas questões que tratavam da eficácia do medicamento. Ao serem perguntados a respeito da eficácia do aducanumab no tratamento do Alzheimer em seu estágio inicial, nem um dos membros do grupo votou pelo sim. Foram 10 votos negativos e 1 não teve certeza.
Apesar disso, a FDA decidiu positivamente pela aprovação da droga. Todavia, impôs uma condição a Biogen Inc de conduzir um novo ensaio clínico para atestar a sua eficácia.
Por ora, a aprovação do medicamento é restrita aos Estados Unidos. Mas a fabricante já começou a se movimentar para que aducanumab seja autorizado em outros países, inclusive o Brasil.
Polêmicas
Em 2019, os resultados de dois estudos da fase 3 apresentaram resultados contraditórios. Enquanto um deles sugeria um leve atraso no declínio cognitivo, o outro não apresentou benefício algum.
Mais tarde, a Biogen Inc disse ter começado outro teste. Segundo a empresa, dessa vez eles incluíram mais pacientes no estudo. Aqueles que receberam altas doses de aducanumab experimentaram uma redução no declínio clínico se comparado aos que receberam placebo. Algo em torno dos 22% em cerca de 18 meses.
Além disso, algumas ONGs passaram a defender que a FDA não deveria aprovar a utilização do aducanumab para o tratamento da doença de Alzheimer, pois o mesmo não produziu provas suficientes que garantissem que a droga realmente funciona. Por outro lado, organizações como a Associação do Alzheimer apoiaram a aprovação do medicamento.
A FDA afirmou que testes clínicos do medicamento, que será comercializado sob o nome Aduhelm, apresentaram redução das placas, e que com isso é esperado que ele leve a um declínio mais lento dos pacientes, mesmo que os dados do mesmo sejam complicados no que diz respeito aos seus benefícios clínicos.
O Alzheimer é uma doença caracterizada pela perda e/ou falha de áreas do cérebro relacionadas à memória, orientação e atenção. Caso queira saber mais, nesta matéria comentamos detalhes a respeito dela, seus sintomas e tratamentos.