Existem diferentes tipos de edema, sendo que alguns podem ser mais graves. Saiba mais sobre esse inchaço que pode causar complicações para saúde.
O Rei Pelé continua internado no Hospital Albert Einstein. Combatendo um câncer de cólon desde 2021, suas visitas ao hospital são frequentes, todavia, esta última internação foge da rotina. Agora, o ex-jogador se encontra diagnosticado com a síndrome edemigênica, que é um conjunto de sintomas caracterizados pelo aparecimento de um edema.
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Mas o que é um edema, quais as suas causas e soluções? Confira as respotas dessas e outras perguntas sobre o tema no texto abaixo.
O que é Edema?
Edema é o nome dado pelos profissionais da saúde ao inchaço. Trata-se de um excessivo acúmulo de líquido fora dos tecidos e das células, e também fora do compartimento sanguíneo, ocupando espaços entre as células do corpo.
Nem sempre o edema se faz aparente, porém, quando o acúmulo de líquido é muito alto, ele é facilmente notado e pode ser demonstrado comprimindo-se firmemente um dedo sobre a pele.
O acúmulo de líquidos pode ocorrer em diferentes partes do corpo, todavia, se faz mais comum nos membros inferiores e extremidades, como: tornozelos, pés e mãos. Contudo, também é possível que este inchaço se manifeste de forma generalizada no corpo do indivíduo. Neste caso, será chamado de anasarca.
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Quais são os tipos de Edemas?
Há basicamente três tipos de edemas registrados atualmente. São eles:
- Edema comum: composto quase que exclusivamente por água e algumas proteínas. Este Edema geralmente está relacionado a situações menos graves, como processos alérgicos ou pancadas.
- Linfedema: formado por água, proteínas e lipídios, esse inchaço surge quando o fluido que faz parte da circulação linfática escapa para a pele e órgãos. É comum observar em casos de câncer e elefantíase.
- Mixedema: caracterizado por um inchaço de aparência mais grave, o mixedema tem alta concentração de lipídios em sua composição. Este tipo pode ser visto em casos de hipotireoidismo.
Quais são as causas?
De modo geral, o edema possui origem no desequilíbrio das forças físicas que atuam nas paredes dos pequenos vasos sanguíneos chamados capilares. É através dos capilares que o oxigênio, sangue e nutrientes chegam aos tecidos e órgãos do corpo.
Ocorre que as células capilares são porosas, para permitir a troca de resíduos produzidos por outras células ao se reabastecerem de nutrientes obtidos do sangue.
Assim, normalmente, parte do líquido sai pela extremidade arterial dos capilares, em decorrência da alta pressão gerada pelo bombeamento cardíaco. Esse líquido (conhecido como líquido intersticial) banha as células teciduais, o que permite a livre troca de nutrientes e resíduos, e depois retorna à circulação, através de um sistema de pequenos canais de drenagem conhecidos como vasos linfáticos.
Parte do líquido intersticial é atraída de volta aos capilares perto das pequenas veias, porque a pressão arterial na extremidade venosa dos capilares é muito menor do que na extremidade arterial. No entanto, a maior parte do sal e da água na corrente sanguínea fica retida nos vasos sanguíneos e capilares, por conta da atração exercida pelas altas concentrações de proteínas, que são grandes demais para atravessar a parede capilar.
Contudo, a tendência de retenção do líquido no espaço circulatório pelas proteínas sanguíneas é conhecida como pressão oncótica plasmática. Portanto, o edema surge por causa da disfunção desse processo e pode ter diversas razões.
Principais causas do edema
Vale destacar que existem algumas situações que propiciam este aumento de líquido e terminam no extravasamento para os tecidos. Fora isso, é importante dizer que grande parte dos pacientes apresentam mais de uma delas ao mesmo tempo. São elas:
- Permeabilidade das paredes capilares: causada por danos físicos como irradiação; queimadura solar, ou queimaduras e escaldamentos; alergia; escorbuto; ou infecção grave, como septicemia.
- Baixa pressão oncótica no sangue: provocada por baixa concentração de proteínas no sangue, como em pacientes com proteinúria grave ou desnutrição; a doença hepática pode levar à redução da pressão oncótica.
- Pressão sanguínea acima do normal na estremidade venosa dos capilares: as principais causas são a insuficiência cardíaca ou trombose.
- Circulação linfática insatisfatória: decorrente por períodos prolongados de pé, imobilidade ou ostrução dos vasos linfáticos por tumores, infecções ou pressão externa.
Quais são os sintomas?
No geral, o sintoma característico do edema é o surgimento do inchaço já mencionado. Ele tem aparência estranha e se manifesta em diferentes partes do corpo. Geralmente são os membros inferiores, como pés e tornozelos.
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No entanto, como já vimos anteriormente, o inchaço também pode ser encontrado de forma generalizada. Ademais, em alguns casos menos comuns o edema não irá se manifestar em sinais físicos. Nesse sentido, é possível o surgimento de confusões mentais ou dificuldades respiratórias, por exemplo.
Opções de tratamento
O tratamento adequado irá depender da causa principal. Por isso, é de suma importância um diagnóstico médico. Somente a análise clínica e laboratorial são capazes de ajudar na conclusão justa. Portanto, vale lembrar que cada caso é um caso. Contudo, no geral, há algumas medidas que aparecem como forma de tratamento.
Restringir o consumo de sal e água ajuda a diminuir o edema, por exemplo. Fora isso, também é indicado evitar permanecer de pé por longos períodos e é interessante buscar elevar as pernas quando for sentar.
Outras medidas de mudança comportamental também se fazem presentes como, por exemplo, a utilização de meias de compressão, porque ela ajuda a manter o líquido no sistema circulatório e de quebra, melhora o retorno de sangue venoso e de linfa ao coração e à circulação.
Os diuréticos também podem ser usados. Eles servem como estímulos aos rins para eliminar mais sal e água na urina. Em outros casos, é preciso aumentar a concentração de proteínas (albumina) no sangue, com administração intravenosa de soluções de albumina humana.
Ou seja, hoje em dia existem muitas possibilidades de tratamento de um edema. Mas é preciso que um diagnóstico seja feito de forma correta e o mais rápido possível, para que seja realizado um tratamento clínico apropriado.
Quando se preocupar com um Edema?
Normalmente um edema desaparece após algumas horas. Então, ligue o alerta caso o edema não desapareça depois de algumas horas, ou então em caso de dor (leve ou moderada) ou caso a pele fique sensível. Nesses casos, vá direto ao médico mais próximo de você e não faça diagnósticos por conta própria. O diagnóstico médico profissional é fundamental para se encontrar o melhor tratamento. Além disso, a rapidez com a qual ele é feito irá ajudar na eficácia do tratamento.
O que acontece se não tratar um Edema?
Caso uma pessoa apresente um edema e não realize o tratamento adequado, ou com a atenção e cuidado esperado, é possível que este inchaço evolua para maiores complicações. Inclusive, uma das mais preocupantes e perigosas é o surgimento de um edema pulmonar.
Atenção: Esta matéria tem caráter informativo e não substitui a consulta médica especializada. Para ter o diagnóstico correto dos seus sintomas e fazer um tratamento eficaz e seguro, procure orientações de um médico.