Texto explicativo sobre o que é o Kombucha e como aprender a fazer em casa, explicando benefícios, dando dicas e exemplificando de forma prática
Louise Cyrillo | 2 de Setembro de 2020 às 09:00
O Kombucha é uma bebida a base de chá que ganhou fama internacional pelos seus benefícios para a saúde, como aumento de imunidade, efeito detox e auxílio na digestão.
Consumido milenarmente na Ásia e na Europa Oriental, o gosto azedo, adocicado e gaseificado popularizaram a bebida para um novo público, interessado também na variedade de sabores obtidos a partir do mix infinito de frutas, chás e ervas.
É feito a partir de uma cultura de bactérias e fungos chamado SCOBY (Symbiotic Culture of Bacteria and Yeast, traduzindo, Cultura Simbiótica de Bactérias e Levedura), um disco gelatinoso vivo e que precisa ser alimentado com açúcar, água, chá preto e Kombucha (ou outro ácido, como vinagre de maçã).
O líquido precisa ser deixado fermentando de sete a dez dias e, ao final, produzirá mais um pedaço de SCOBY – daí que vem a prática de doação e adoção.
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O desejo por um mundo simples, com soluções óbvias e fáceis domina o espírito humano e nos move em nossas descobertas. Porém, não há confirmação de que tomar Kombucha três vezes ao dia é a cura para a calvície, para a insônia, ou qualquer outro problema.
Apesar da fama como solução miraculosa, devido ao alto nível de antioxidantes que promovem melhora no sistema imunológico, o Kombucha não é indicado para todos.
Para aqueles com o sistema imune comprometido, idosos e crianças o consumo não é indicado, por serem mais suscetíveis a infecções – os resquícios no produto final podem comprometer o organismo. Ta
mbém não é indicado para quem possui problema gástricos, podendo agravar os casos de sensibilidade. É indicado que trate-se os proble
Entre os benefícios já pesquisados, a capacidade detox, tão procurada por alguns tipos de dietas, é parte dos componentes.
O ácido glicurônico foi um dos compostos encontrados na bebida – ele é produzido naturalmente pelo fígado e uma das suas funções é “colar” com toxinas e excreta-las do corpo.
Outro subproduto da fermentação, o ácido acético, também possui efeito detox e ação antimicrobiana, além de abaixar o nível de triglicerídeos no sangue.
Como outros alimentos fermentados, possui uma quantidade significativa de enzimas digestivas e probióticos que ajudam na quebra do que comemos e do material que sobra.
Uma levedura famosa pelas suas propriedades probióticas na flora intestinal é a saccharomyces boulardii, presente no Kombucha e muitas vezes listada por marcas como um dos ingredientes.
Além dos benefícios, é também uma alternativa saudável para quem deseja cortar o refrigerantes, excesso de açúcar e bebidas alcoólicas.
Surpreendemente, com a produção caseira, é possível aumentar o teor alcoólico do Kombucha, chegando a até 3% (cervejas costumam ter entre 4% e 5%!).
Caso você tenha sensibilidade à álcool, é possível encontrar e fabricar receitas sem álcool.
Um dos sintomas da febre Kombucha é querer fazer em casa e ter * sempre que quiser (* após o tempo de fermentação inicial, claro). Primeiramente, é preciso conseguir um Scoby – ou por doação de algum conhecido ou online. Comprar em sites confiáveis também é uma possibilidade, vem embalado à vácuo, juntamente com um pouco do líquido inicial ácido.
Caso não consiga um SCOBY, é possível comprar uma garrafinha do Kombucha pronto, recolher os resíduos do fundo e ativar o crescimento da mesma forma.
Sobretudo, é indicado o armazenamento do SCOBY em potes de vidro, nunca de plástico, e com facilidade de manuseio, com bocais largos. É essencial que todo o processo seja feito da maneira mais higiênica possível: com uso de água filtrada, potes esterilizados e mãos lavadas com detergente.
Durante a fermentação, o bocal deve ser coberto com toalha e possuir outro tipo de proteção para não cair nada dentro do vidro.
A receita é feita proporcionalmente e personalizada para os seus utensílios e quantidade final desejada. Para fazer um pote grande, são usados três litros de água fervida, um copo e meio de açúcar e seis saquinhos (dois para cada litro) de chá preto ou chá verde.
É importante frisar que se deve adicionar o chá quente ao SCOBY, que, por ser um ser vivo, não suporta altas temperaturas e irá morrer. Após completar o vidro, não feche com tampa e sim com um pano ou telinha que permita a passagem de ar.
Durante o período de fermentação, que varia entre 7 a 10 dias, é indicado deixar o vidro repousando em temperatura ambiente. Outro ponto importante é a necessidade de checar diariamente o sabor da bebida – quanto menos adocicado, mais fermentado está.
Caso fique com gosto avinagrado, o recomendado é jogar fora a maior parte do líquido e dar inicio novamente ao processo.
Após o primeiro processo, vem a segunda parte, quando, após escolhidos os sabores, são deixados fermentando em garrafinhas durante mais 7 dias, em média.
Indica-se o uso de frutas para saborizar, por serem doces e alimentarem novamente o material orgânico. Elas podem ser utilizadas inteiras ou batidas como suco.
Caso for armazenar o SCOBY sem produzir mais, guarde-o com um pouco de Kombucha em uma embalagem fechada na geladeira, não podendo ser de metal.
Tome sempre bastante cuidado com a sua colônia, checando sempre se está saudável – ao menor sinal de coloração diferente, descarte.
Em caso de dúvidas, procure orientações do seu médico.