O pinhão tem alto valor calórico, é bom para regular a pressão arterial e faz bem para a memória, entre outros benefícios.
Matheus Murucci | 29 de Junho de 2021 às 17:00
O pinhão é uma semente nativa do Brasil muito procurada nos períodos de inverno. Encontrado principalmente no Sul e em parte do Sudeste do país, ele nada mais é do que a semente da araucária e durante muitos anos foi um dos alimentos favoritos da culinária indígena. Sua relação com épocas de friagem se dá por suas características abrasivas em sabor e nutrição.
É um alimento versátil. Pode ser preparado como acompanhamento ou prato principal e é muito encontrado em receitas típicas de festas juninas. Mas você conhece os benefícios do pinhão? Confira os principais!
O pinhão contém uma alta quantidade de fibras e amido resistente, fazendo com que ele seja um alimento que facilita a percepção de saciedade após as refeições. Isto é, pode ser uma excelente saída para quem procura fazer uma dieta para emagrecimento.
Mas nada de consumo em excesso, pois ele tem alto índice calórico. Então, consumido em grande quantidade, pode ter o efeito contrário. E, por conta das fibras, ele auxilia na prevenção de doenças do intestino.
A semente pode ser usada na dieta de quem está combatendo um quadro de anemia, já que ele contém ferro e ajuda a repor esse mineral no organismo.
Um dos minerais em maior quantidade na composição do pinhão é o potássio, tornando a ingestão da semente uma forma de ajudar a controlar a pressão arterial.
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Embora alimentos com altas taxas calóricas sejam malvistos por muitos, outros buscam exatamente esses alimentos para acrescentarem em suas alimentações. O pinhão pode ser uma boa saída para refeições de pré-treino de força, para quem pratica musculação, por exemplo.
A quantidade de carboidrato presente nele ajuda na liberação da energia necessária para a atividade. Crianças e adolescentes em fase de desenvolvimento também podem se beneficiar do alimento.
No pinhão também encontramos um percentual de vitamina C, que auxilia o corpo com sua função antioxidante, aumentando a imunidade e, assim, prevenindo gripes ou resfriados. Também encontramos vitamina E e vitamina K na composição da semente.
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Por ser rico em fibras, o pinhão tem um baixo índice glicêmico. Isso significa que a glicemia não sobe rapidamente e pode ser controlada com mais facilidade do que com outros alimentos. Então, é uma semente recomendada para o controle do diabetes, fazendo parte das refeições de quem já tem a enfermidade.
Como já vimos, o pinhão possui potássio, ferro, fibras e vitamina C. Outros componentes da tabela nutricional do pinhão são: magnésio, zinco, cálcio, manganês, enxofre e sódio.
Por ser fonte dos ácidos graxos linoleico e oleico (popularmente chamados de ômega 6 e ômega 9), a ingestão do pinhão ajuda na redução do colesterol que é prejudicial ao nosso sangue. Suas taxas de potássio também auxiliam o fluxo dos vasos sanguíneos, ajudando, assim, no controle da pressão arterial.
A vitamina B encontrada no pinhão ajuda no bom funcionamento do cérebro, fortalecendo a cognição e a memória.
A riqueza de antioxidantes presentes no pinhão colabora na eliminação dos radicais livres, diminuindo as chances de doenças comuns da terceira idade, como a catarata e a artrite. Isso prolonga a qualidade de vida, mesmo com o avançar do tempo.
Antes de tudo, nunca é recomendado se alimentar do pinhão cru, pois, nesse estado, ele contém substâncias tóxicas para o funcionamento do organismo. A forma mais conhecida de preparar o pinhão é cozinhando-o na panela de pressão, por volta de 40 minutos, com água e um pouco de sal.
Muita gente usa o líquido que sobra na panela para preparar caldos e incrementar outras receitas. Depois de cozido, é só tirar a casca e usar da maneira que preferir.
O jeito mais comum de usar o pinhão é salpicá-lo em pratos dos mais diversos tipos: receitas com batata, arroz, pudins, pavês, yakisobas, farofas etc. Ou seja, é uma semente eclética e que cai bem em receitas doces ou salgadas. Mas, por ser rico em carboidrato, recomenda-se que o uso do pinhão seja moderado em refeições que já tenham esse tipo de alimento.
O pinhão pode também ser transformado em farinha e ser usado tal como a tradicional, na preparação de bolos, pães e massas. O melhor é que o pinhão não contém glúten, então, é uma ótima opção para quem não pode comer alimentos com esse tipo de proteína (como é o caso de quem tem doença celíaca).
Também existem receitas de pinhão assado ou torrado, o que remete aos meios tradicionais de se alimentar do pinhão. Até hoje, principalmente na região Sul do Brasil, é muito comum que torrem o pinhão em uma fogueira, em reuniões e jantares que têm o nome de sapecadas.