Existem muitos mitos acerca dos substitutos da carne animal. Por isso, selecionamos 13 verdades sobre carne vegetal que você precisa conhecer.
Redação | 4 de Março de 2022 às 11:00
Se anos atrás você experimentou hambúrgueres vegetais e achou que eram uns discos borrachudos e sem gosto, está na hora de dar outra chance a eles. Para falar a verdade, existem muitas noções erradas acerca dos substitutos da carne tradicional. Por isso, selecionamos 13 verdades sobre carne vegetal que você precisa conhecer.
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Há versões vegetais de frango, porco, linguiça e outros frios, além de frutos do mar como atum e camarão. As variedades mais novas imitam a aparência, o sabor e a textura da carne real. Algumas até “sangram” como um bife e chiam quando são preparadas.
A Impossible Foods e a Beyond Meat – dois grandes nomes do setor nos EUA – dizem que mais de 9 de cada 10 consumidores seus também comem carne. E, embora apenas 5% dos americanos sejam vegetarianos, muitos mais – quase um quarto – dizem que comem carne vegetal com bastante frequência.
Se ainda não conhece as carnes sem carne, você pode começar substituindo a carne moída por versões vegetarianas nos recheios, guisados, molhos e ensopados ou pondo tiras de frango falso na salada. “É bem fácil incorporar as carnes veganas nesse tipo de prato”, diz a nutricionista Gena Hamshaw. “É diferente com o hambúrguer, porque nele a carne é a estrela do espetáculo.”
Atenção ao comprar: os substitutos da carne podem ser ricos em sódio e ter tanta gordura saturada e calorias quanto a carne de verdade. Quanto à proteína, a quantidade nos hambúrgueres vegetais varia de 4 a 20 gramas (90 g de carne bovina contêm 22 gramas), mas em geral as melhores opções proteicas têm mais gordura saturada.
Muitos fabricantes de carne vegetal não revelam seu total de emissões, mas a pesquisa mostra que geram muito menos gases do efeito estufa quando comparados aos equivalentes cárneos. Um estudo constatou que a produção de carne vegetal pode gastar 99% menos água, 93% menos terra e quase 50% menos energia do que 100 g de hambúrguer de carne.
Se esses produtos podem ou não ser chamados de carne depende de onde são vendidos. Um número crescente de estados americanos proibiu os fabricantes de carne vegetal de usar a palavra no rótulo, mesmo com adjetivos como “vegetariana”. Os legisladores dizem que não querem que os consumidores sejam enganados e comprem carne falsa por engano. Alguns fabricantes questionaram a lei nos tribunais, dizendo que ela limita a liberdade de expressão e visa proteger a indústria da carne.
Os maiores produtores de carne dos Estados Unidos (Tyson Foods) e do mundo (JBS) vendem agora produtos totalmente vegetais. É uma ramificação inteligente: a venda de carnes vegetais disparou para 7 bilhões de dólares em 2020, e a assessoria Bloomberg prevê que o mercado chegará a 74 bilhões de dólares em 2030 – um aumento de 957%.
O Burger King vende o Impossible Whopper. O McDonald’s está testando um hambúrguer da Beyond chamado McPlant. E a KFC está desenvolvendo um frango frito falso tão gostoso quanto o original.
Sim, milhões de usuários do TikTok aprenderam isso num vídeo que viralizou no ano passado. Basta misturar farinha de trigo e água, sovar e enxaguar com bastante água para remover o amido. Resta uma massa que parece frango (e tem um gosto parecido). O truque é uma versão alternativa da carne chamada seitan, ou glúten de trigo, que existe há séculos.
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O Center for Consumer Freedom, centro pela liberdade do consumidor financiado pela indústria alimentícia nos EUA, publicou anúncios de página inteira nos jornais americanos com o título “O que se esconde na carne vegetal?”
A Impossible Foods passou anos desenvolvendo uma molécula chamada heme que dá a seus produtos a aparência vermelho-sangue e o gosto da carne. (Para muitos que acham a carne intragável, a heme será igualmente ruim.) O Center for Food Safety, centro de segurança alimentar, uma entidade sem fins lucrativos, abriu um processo contra a aprovação da heme pela FDA, mas depois o tribunal de recursos suspendeu a decisão e declarou que era segura como alimento.
Essa carne também é chamada carne de cultura ou de base celular. Cultivada em tubos de ensaio a partir de células-tronco, ainda são produtos animais, mas não exigem inseminação, criação nem abate. Uma opção vegetal é a carne de cogumelo, que imita a textura de cortes inteiros e também é fatiada e servida como eles.
As novas carnes alternativas chamam a atenção, mas não se esqueça dos velhos substitutos, como tofu e tempê ou simplesmente hambúrgueres de cereais integrais e leguminosas. O feijão e a lentilha são substitutos excelentes da proteína animal, diz Kari Hamerschlag, vice-diretora de alimentos e agricultura da entidade ambiental sem fins lucrativos Friends of the Earth. “São nutritivos, baratos e muito mais sustentáveis do que qualquer substituto industrializado da carne existente hoje no mercado.
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