Câncer de próstata em pets? Como a castração pode prevenir doenças nos bichinhos

Além de segura, a castração é um procedimento simples, que pode salvar a vida dos animais

Luana Viard | 2 de Dezembro de 2024 às 18:49

O câncer de próstata atinge aproximadamente 4% dos cães com mais de sete anos e é importante buscar formas de prevenir a saúde do seu bichinho. - Caio / Pexels

A Campanha Novembro Azul é uma iniciativa importante na área da saúde, voltada para a conscientização sobre a prevenção do câncer de próstata. No entanto, é um erro pensar que os riscos desse tipo de câncer afetam apenas os homens. Animais de estimação do sexo masculino também estão vulneráveis a esse e a outros tipos de câncer, o que pode gerar sofrimento tanto para eles quanto para seus donos.

De acordo com o Conselho Federal de Medicina Veterinária, cerca de 4% dos cães com mais de sete anos são diagnosticados com câncer de próstata. Esse índice sobe significativamente para 80% nos cães não castrados. Embora a doença seja mais comum em cães, ela também pode afetar os gatos.

Castração de animais a partir de 5 meses

Nesse contexto, a veterinária Nathali Braz Vieira dos Santos (CRMV 60757), da Pet de TODOS, ressalta a importância de os tutores optarem pela castração dos animais a partir dos cinco meses de idade para os gatos e seis meses para os cães. Ela enfatiza que a castração precoce é uma medida eficaz para reduzir consideravelmente o risco de desenvolvimento de cânceres nos pets.

Os benefícios da castração

A veterinária da Pet de TODOS explica que a castração atua diretamente na produção de hormônios de cães e gatos. “Nos machos, os testículos produzem os hormônios que ocasionam as doenças hormônio-dependentes, e o câncer é uma delas. Por meio da castração, retira-se esses testículos, automaticamente impedindo sua produção”, detalha a profissional.

Nos gatos, a castração também está relacionada ao comportamento de sair de casa com frequência em busca de parceiros. Isso ocorre porque, ao remover os órgãos reprodutivos, interrompe-se a produção dos hormônios sexuais, o que tende a tornar os felinos mais tranquilos e caseiros.

Assim o procedimento, além de evitar o aparecimento do câncer em si, também evita outros tipos de doenças, que podem ser transmitidas por meio do acasalamento ou de brigas fora de seus lares. “Ao castrar os gatos, diminui-se o instinto de fuga, o que os impede de reproduzir e, consequentemente, previne doenças”, sinaliza.

A profissional ainda ressalta que o procedimento é muito seguro e minimamente agressivo. A recuperação pós-cirúrgica deve incluir alguns cuidados, como roupa cirúrgica ou o colar elisabetano, para que o animal não tenha contato com a região operada. A cicatrização leva cerca de dez dias.

Atenção nas doenças

No caso de animais não castrados, ainda é necessário que os tutores fiquem de olho nos sintomas. Alguns deles podem ser indicativos de câncer de próstata. Nathali elenca alguns como hiperplasia prostática, ou aumento da próstata; fezes finas e delgadas; dificuldades para urinar; secreção peniana; vômitos e dificuldades para se alimentar.

Pets fêmeas, o que fazer?

A castração é uma prática preventiva fundamental para machos e fêmeas, pois ajuda a diminuir o risco de câncer e outras doenças. De acordo com a médica veterinária da Pet de TODOS, o funcionamento é semelhante ao dos machos, já que o sistema reprodutor da fêmea também é responsável pela produção de hormônios que podem levar ao desenvolvimento de cânceres, como o câncer de mama.

Durante a castração, o veterinário remove todos os órgãos do sistema reprodutor, prevenindo esses problemas. Entre os sintomas de câncer em fêmeas, que podem afetar as mamas, o útero ou o colo do útero, estão a perda de apetite e de peso, secreção vaginal e a presença de tumores nas mamas, sintomas que podem ser semelhantes aos observados em casos de câncer de próstata nos machos.

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