O equivocado pensamento sobre o equilíbrio calórico

Cada vez mais as pessoas parecem estar se importante com sua saúde. No entanto, alguns equívocos ocorrem, como um errado déficit calórico

André Messias | 20 de Outubro de 2022 às 14:27

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“André, é muito injusto: comi uma palha italiana e vi que tem mais calorias do
que um treino de 30 minutos de natação. Desse jeito não vou me livrar da gordura que tanto me incomoda”. Foi o que ouvi de Kelly, uma amiga. Sendo assim, foi preciso então lhe explicar algumas coisas sobre o déficit calórico.

A primeira coisa que precisamos lembrar que é o gasto calórico da atividade
física não termina no fim do treino. Portanto, o organismo passa um tempo (que depende de muitos fatores, sobretudo a intensidade da atividade) com um gasto calórico acima dos níveis de repouso (há casos em que isso dura muitas horas e o gasto calórico é bastante elevado).

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Importância do EPOC para o equilíbrio calórico

Há um conceito muito importante e que jamais deve ser ignorado: EPOC
(consumo de oxigênio pós-esforço). Ele é extremamente importante para o
emagrecimento (nunca é demais repetir que emagrecimento não é perder peso, mas sim gordura corporal).

Quando, por exemplo, uma pessoa permanece suando mesmo já
tendo terminado o treino há um tempo, significa que seu organismo está gastando
calorias acima do normal em virtude do treino. Portanto, a pessoa não pode considerar apenas o valor calórico que viu ao término do treino.

Ademais, não poderia deixar de citar que ainda que o gasto calórico da natação seja inferior ao de uma palha italiana, os benefícios fisiológicos da atividade física permanecem e minimizam os malefícios do consumo de um alimento não saudável.

Considerações sobre o déficit calórico

Outra questão essencial é que precisamos levar em consideração a taxa
metabólica basal
. Ela é a principal parte do gasto calórico diário de uma pessoa,
podendo ser aumentada com ganho de massa muscular. Por exemplo. Em geral, quanto mais massa muscular o organismo tem, maior a taxa metabólica basal da pessoa, contribuindo com a perda de gordura.

Voltando ao caso de Kelly

Tendo massa muscular em níveis adequados, uma palha italiana seria metabolizada e não causaria estragos em seu corpo (sem contar o fato de que aumentando o tempo e/ou intensidade de sua natação, seu gasto calórico será maior e ganhará do valor contido numa pobre palha italiana).

Destaco também que nem sempre o valor do gasto calórico que a pessoa
encontra é exatamente o que foi gasto. Muitas das vezes o que aparece é uma estimativa e o gasto calórico da atividade poderá ter sido maior ou menor.

É uma boa referência e permite a pessoa de ter uma noção do quanto de calorias gastou em seu treino. Porém a pessoa precisa sempre considerar que o gasto calórico poderá continuar em virtude do EPOC e que a taxa metabólica basal é responsável pela maior parte do gasto calórico diário.

O que Kelly me disse é um pensamento muito comum entre as pessoas: comeu
tal coisa e havia mais calorias do que gastou em determinado treino. Faz sentido quando a pessoa olha os números de forma isolada (correu 10km e gastou 800kcal/ comeu fatias de pizza e consumiu 1000kcal).

Todavia, há muitas variáveis envolvidas no balanço calórico. O caminho que a pessoa deve seguir é o de não permitir que o que foi consumido permaneça em seu organismo. Consumiu? Gaste !

Nossa vida não precisa ter tantas restrições e não podemos nos condenar por
comer uma palha italiana, por exemplo. A atividade física pode e deve ser feita em
níveis suficientes para que nosso organismo não acumule as calorias. Vamos ao treino !

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