Neste texto, o personal André Messias conta que a perda da gordura não é localizada, mas global. Confira na matéria!
André Messias | 4 de Fevereiro de 2021 às 17:36
Elena me abordou na academia para dizer que estava incomodada com a gordura das costas e pediu que eu incluísse em seu programa de treinos alguns exercícios para que ela diminuísse a gordura daquela região. Elena foi clara: “André, pode colocar vários exercícios para as costas porque não aguento mais essas gorduras!”
Tive de falar para Elena que não era bem assim, e lhe expliquei que não existia perda localizada de gordura. Elena não entendeu no início, mas lhe expliquei com calma e, após ela entender, fizemos algumas alterações em seu treino para que houvesse um gasto calórico maior e ela pudesse emagrecer.
Muitas pessoas pensam que há perda localizada de gordura e, ao desejarem eliminar gordura de uma determinada região, pensam que se fizerem muitos exercícios para um local específico irão eliminar a gordura de forma localizada. Para a tristeza de muitos, não ocorre dessa forma.
O emagrecimento (perda de gordura corporal) ocorre quando o organismo tem um déficit calórico, ou seja, gasta mais calorias do que consome.
Portanto, se a pessoa deseja reduzir a gordura corporal, isto é, emagrecer, é fundamental que ela gere um alto gasto calórico em seu treino e diminua o consumo calórico (coma menos). Em outras palavras, é preciso treinar mais e comer menos.
A perda de gordura sempre será global, não localizada. A partir do momento que a pessoa gasta mais calorias do que consome, irá ocorrer redução da gordura corporal.
E a conta não é simples nem fácil: é preciso gerar um alto déficit calórico para ocorrer perda de 1kg de gordura, por exemplo. Portanto, quando ler por aí: “perca 4 quilos em 1 semana”, saiba que não será perda de gordura, mas sim líquido e, muitas vezes, músculos!
Lembrando mais uma vez: emagrecer não é perder peso, mas sim gordura corporal (reduzir medidas também faz parte do emagrecimento).
Há várias formas de aumentar o gasto calórico no treino. Como por exemplo, aumentando a intensidade (na musculação isso pode ser feito com um aumento da carga e/ou diminuição do tempo de intervalo), inserindo exercícios que trabalhem grandes grupos musculares (quanto maiores os músculos e quanto mais músculos atuando no movimento, maior o gasto calórico), aumentando o volume de treino (mais horas por semana), ingerindo bastante água, fazendo exercícios conjugados, realizando treinamento em circuito (como por exemplo, inserindo um estímulo de corrida no meio do programa de musculação), dormindo bem, não ficando horas em jejum (isso resulta em perda de massa muscular o que reduz o metabolismo acarretando em menor gasto calórico diário), dentre outras formas.
É preciso o desenvolvimento de uma programação de treinos para que os resultados sejam alcançados. Alternar musculação com exercícios aeróbicos é uma ótima estratégia.
No caso de Elena, sua programação semanal ficou em 4 treinos de musculação e 3 de aeróbico. Houve um aumento significativo do seu gasto calórico, uma vez que, até então, ela treinava apenas musculação e 3x na semana.
Dois meses depois das mudanças, Elena reduziu significativamente seu percentual de gordura, passou a gostar mais de suas costas, e brincou comigo que iria fazer uma tatuagem no local.
Se não estiver satisfeito com seu corpo, converse com seu professor. Certamente ele vai lhe ouvir e se necessário for, fará os ajustes necessários no treino para que os seus objetivos sejam alcançados.
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