Praticar exercícios na infância no ambiente escolar é uma forma de promover a saúde e o desenvolvimento. Entenda.
Redação | 28 de Julho de 2022 às 17:00
Encontrei com Alice, filha de um grande amigo, na padaria e notei que ela estava triste. Alice tem 10 anos e adora correr e brincar. Perguntei o que havia acontecido e ela me disse que um colega seu não havia feito o dever de casa e uma professora havia lhe proibido de ficar no recreio durante uma semana (cabe aqui citar que esse tipo de conduta deveria fazer a professora escolher outra profissão). Alice tem muita empatia e estava triste por seu amigo. Fiquei revoltado com a atitude da professora e resolvi abordar esse assunto na coluna de hoje.
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Triste e lamentavelmente, a inatividade física é algo prevalente nas crianças e adolescentes no Brasil e do mundo e muitas delas se movimentam apenas na escola, durante as aulas de educação física e no recreio. Quando uma professora tira o recreio de uma delas, ela está contribuindo com uma das principais causas de morte no mundo: a inatividade física.
Segundo estudos científicos, há uma relação entre o movimento (o brincar, a atividade física, os jogos), o desenvolvimento cognitivo e o relacionamento social. Da mesma forma, estudos demonstram uma relação entre os níveis de atividade física quando criança e posteriormente na idade adulta. Segundo estudos, crianças ativas apresentam maiores chances de serem adultos ativos.
Além disso, é cientificamente comprovado que muitas doenças crônicas não transmissíveis como diabetes, hipertensão, dislipidemias e doenças cardiovasculares tem origem nos primeiros anos de vida em função de hábitos alimentares inadequados e inatividade física.
Portanto, aquela professora estava contribuindo negativamente para um aumento na probabilidade de haver uma doença no estudante que ela havia tirado o recreio.
Crianças fazem bagunça, nem sempre fazem o dever de casa e não devem ser punidas por seus erros. Devem entender a importância da disciplina e do cumprimento de suas tarefas. Mas não deve haver castigo, ainda mais quando a saúde é colocada em risco.
Infelizmente muitos professores ainda têm o péssimo hábito de tirar o aluno que não fez o que ele queria da aula de educação física e/ou do recreio escolar. Cabe lembrar que a educação física é um componente curricular obrigatório e o recreio escolar é um direito do aluno. É preciso haver diálogo e não castigo.
O recreio escolar é um momento ímpar na formação de uma criança, pois ela brinca, corre, se diverte, interage com os amigos, desenvolve questões motoras e afetivas. É essencial que toda e qualquer criança participe dos momentos do recreio e faça do sorriso e do movimento os componentes principais.