É necessário ficar atento ao ganho de peso durante a pandemia. Leia a nossa coluna e saiba mais sobre este assunto.
André Messias | 29 de Outubro de 2020 às 16:00
“Peguei o resultado do exame de sangue do Rafael e os resultados não estão nada bons.” Esse foi o conteúdo da ligação que recebi de Fernanda, mãe de meu aluno Rafael, de 14 anos, enquanto estava fazendo minha agenda semanal de aulas. Percebi, pelo tom de sua voz, muita preocupação e nervosismo.
Fernanda me disse que, ao retirar o exame de sangue de seu filho, verificou que os resultados não estavam nada legais e bem diferentes do que fora realizado no começo do ano: colesterol alterado, glicose alta e, de acordo com o médico, Rafael era pré-diabético e estava com sobrepeso.
Ela me perguntou se era possível aumentar a frequência de aulas, uma vez que, em virtude da suspensão das aulas por causa da pandemia, Rafael ficava horas por dia no vídeo-game e quando não estava jogando, estava no celular e seus exames representavam uma consequência desse estilo de vida.
Além disso, havia também uma preocupação com a alimentação do filho, que era pobre em frutas, verduras e legumes e havia em excesso biscoitos, refrigerante, doces e outras guloseimas que são prejudiciais.
Até o momento, Rafael fazia aula duas vezes na semana comigo e, por mais que os treinos fossem cansativos para ele e gerassem benefícios para sua saúde, não estavam sendo suficientes para ele estar saudável. Foi necessário, então, aumentarmos a quantidade de treinos semanais.
Mudamos para 4 treinos por semana e, conforme o tempo foi passando, pude perceber que Rafael estava emagrecendo. Durante as aulas, conversávamos sobre a alimentação e a necessidade dele ser mais ativo e não passar muitas horas diante de telas. Após dois meses, sugeri que os exames fossem refeitos e, assim, pude verificar que os resultados melhoraram significamente.
O caso de Rafael é apenas um exemplo do que está acontecendo com muitos jovens. Há pesquisas indicando aumento da prevalência de obesidade na população, principalmente com a pandemia. Isso é muito preocupante, pois a obesidade está associada a inúmeras outras doenças como diabetes, hipertensão, alguns tipos de câncer, asma, trombose, depressão e doenças cardiovasculares.
Muitas pessoas deixaram de fazer atividade física por causa da pandemia e, no caso de crianças e adolescentes, pesquisas mostram que, para muitos deles, o único momento do dia que são ativos é na escola. Com a suspensão das aulas, muitos problemas de saúde surgiram e é extremamente necessário que as crianças e adolescentes sejam estimulados a realizar atividades físicas e ficar menos tempo diante de telas.
Vale lembrar que a juventude apresenta alto índice de depressão e ansiedade, doenças tradicionalmente associadas à inatividade física. Portanto, é essencial manter a prática de atividades físicas e se, a alimentação piorou, é preciso treinar em maior quantidade para que não surjam problemas de saúde. E vale lembrar: jovem ativo = adulto saudável.