O médico norte-americano Jonathan Clark mudou a Nasa ao analisar explosão de ônibus espacial que matou a esposa. Em 2 de fevereiro de 2003, ele e o filho Iain, na época com 2 anos, aguardavam o retorno do Ônibus Espacial Columbia à Terra, que traria de volta para casa a astronauta Laurel Clark, esposa de Jonathan e mãe de Iain. Mas isso nunca aconteceu.
Ao entrar na atmosfera terrestre, o Columbia se despedaçou e matou todos a bordo. Destroços "choveram" como meteoros nos estados do Texas e da Louisiana.
A partir do acidente, o viúvo, que também trabalhava na Nasa, passou a trabalhar por viagens espaciais mais seguras. Sua primeira tarefa foi a investigação da morte da esposa e seus colegas. No processo, esmiuçou todos os detalhes do acidente, desde os 85 mil pedaços do Columbia até as autópsias dos restos mortais dos astronautas.
"Apesar da conexão emocional, foi um processo catártico para mim. Nosso relatório dizia basicamente que a Nasa não tinha feito um bom trabalho", disse Clark ao Tilt.
Com as pesquisas e investigação, o programa do Ônibus Espacial foi cancelado em 2011, após resultar em 14 mortes em dois grandes acidentes.
As recomendações do relatório da equipe de Clark foram absolvidas pelas gerações seguintes de naves, inclusive as que vão levar pessoas a Lua e Marte no futuro.
Atualmente, ele é pesquisador e professor de neurologia e medicina espacial em faculdades do Texas, além de consultor de empresas aeroespaciais. Clark veio ao Brasil em julho, para participar do Space Studies Program em São José dos Campos (SP).