O jornalista Maurício Kubrusly, de 77 anos, homenageado na série especial dos 50 anos do "Fantástico", chamou atenção pelo diagnóstico de demência frontotemporal (DFT).
A doença afeta normalmente indivíduos entre 45 e 60 anos e é causada por diversos fatores, como genéticos. O Pós Ph.D. em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, disse a Exame que a genética e alterações cerebrais podem influenciar o desenvolvimento da doença.
Segundo o médico, "o distúrbio atinge os lobos frontais e temporais do cérebro, responsáveis, respectivamente, pela execução de ações com intencionalidade, 'freios sociais' e linguagem, memória, capacidade visual e auditiva".
Os sintomas da demência frontotemporal variam de acordo com as áreas do cérebro afetadas. Na fase inicial, podem ter alterações comportamentais, como impulsividade, desinibição, apatia ou perda de empatia. Dificuldades de linguagem também são comuns e problemas de compreensão, além de produção verbal, mudanças emocionais, como oscilações de humor e falta de autocontrole.
Conforme a doença progride, a deterioração cognitiva torna-se mais perceptível, afetando a memória e o pensamento abstrato.
O diagnóstico da demência frontotemporal é baseado na avaliação médica e exames físicos, como exame neurológico ou teste de estado mental.
A Tomografia por emissão de pósitrons (PET) com deoxiglicose marcada com flúor-18 (18F) (fluorodesoxiglicose, ou FDG) também pode ser usada para identificar a demência através da análise das regiões anteriores nos lobos frontais, córtex temporal anterior e córtex cingulado anterior, de acordo com o Dr. Fabiano.
O tratamento é complexo e não há cura definitiva. Terapias farmacológicas podem ajudar a gerenciar sintomas comportamentais e emocionais. Já as terapias não farmacológicas, como terapia ocupacional e psicoterapia, podem auxiliar na adaptação nas mudanças de vida.