Você é único, insubstituível. Como se fosse um bombom que, aparentemente, ninguém quer, mas quando a pessoa certa chegar, vai te desejar como ninguém.
“Ninguém é insubstituível”.
Uma vez, ouvi essa frase de uma pessoa que amo muito.
E que, para mim, essa pessoa é insubstituível.
Então, fiquei pensativa.
Ora, então sou tipo uma roda de carro?
Se furar ou empenar é só me trocar?
Pior: trocar por uma roda paliativa.
Só até chegar até o mecânico.
Que depois iria trocar por uma melhor que eu.
Mais nova.
Forte.
Mais resistente, talvez.
Ou então, eu seria o bombom da caixa que ninguém quer.
O de banana, geralmente.
Mas uma pessoa poderia me dar uma chance, e me pegaria.
Me olharia, cheiraria.
E, então, me troca por um Serenata de Amor.
Se eu pudesse dizer algo pro bombom de banana, seria:
Você é único. Insubstituível.
E sempre vai ter alguém pra te comer.
Desculpem pela piada, não aguentei.
Mas ele tem um sabor único. E ele é o único da caixa.
De chocolate tem vários.
Porque só quem vai comer o de banana vai ser quem realmente valoriza o gosto único dele.
E isso é lindo.
Quem disse que ninguém é insubstituível, não sabe como essa frase é pobre.
Pior, o conceito é pobre.
Uma pessoa que pensa que ninguém é insubstituível não traz consigo sabedorias e aprendizados do outro.
O outro sempre te marca de jeitos dele.
Frases dele. Risadas. Jeito de pedir a conta.
E isso muda qualquer pessoa.
Desculpa, mas eu não sou substituível.
Nem você. Nem ninguém.
Até os bombons Serenata de Amor são únicos, porque quando você os come, é sempre alguém diferente.
Às vezes, sente o gosto da tristeza.
Outras, da comemoração.
E, em outras, até, não faz diferença.
Mas, ainda assim, você escolheu o que você gosta, o que queria.
Se alguém um dia disser que pode te substituir, essa pessoa não aprendeu nada com a vida.
Então, lembre-se: seja você, sempre. Um dia, alguém vai te escolher pra ser a roda fixa da sua vida.
Ou, o único bombom diferente da caixa, assim como eu.
Um beijo do Caribe – o único bombom de banana.