Esses dias resolvi que queria fazer aula de futevolei e tinha expectativa de dar tudo certo. Deu? Deu, mas não me peça pra correr na areia.
Esses dias, resolvi fazer mais uma atividade e fui olhar minha listinha do que eu gostaria de fazer no ano passado, e que ainda não tinha feito.
Dizia que eu queria fazer futevôlei. E eu realmente queria.
Tinha expectativa que conseguiria ir bem na aula porque tenho umas noções.
Mas é igual a noção de matemática.
Sei fazer conta? Não. Mas faço e dá certo.
É o mesmo padrão pra esportes com a bola no pé.
Já tinha pesquisado uma escolinha que tinha boas recomendações e homens gatos, que é o que a gente precisa pra nos impulsionar.
Me inscrevi para uma aula experimental. Às 7h da manhã.
Lembrei o que era sete da manhã quando fui dormir às duas.
Acordei com a disposição de uma abelha que coletou pólen o dia inteiro.
Chegando na aula, percebi que eu teria que correr na areia.
Era o aquecimento.
Minha expectativa é que correria fácil, afinal, sou atleta desde criancinha.
Eu que ensinei a Dayane dos Santos a dar estrelinha.
Cof.
Tinha que correr talvez uns 100 metros ida e 100 volta. Era bater no coqueiro e voltar.
Comecei bem, fôlego em dia, trotando acelerada.
Cheguei nos 50 metros, o coração começou a pesar de leve.
“Tenho 28 anos”, pensei.
Sou nova.
Com alma de idosa, tinha esquecido.
A panturrilha começou a pedir socorro.
Eu estava virando o Abaporu.
Cheguei no coqueiro como se tivesse corrido uma maratona.
Mas mantive a pose e botei um meio sorriso saudável no rosto.
E ainda era o começo.
E eu esqueci que teria que correr mais, afinal, era uma aula de futevôlei, e não de gamão.
Posso dizer que mandei bem nas rebatidas de bola, mas chutava torta igual placa de rodovia.
— Você fez aula onde? – perguntou o professor que era a cara do Xande de Pilares, só que careca.
— Na vida. – Respondi, imponente.
Ele se sentiu intimidado.
Tinha expectativa de ir bem.
E fui.
Mas não me peçam pra correr na areia.