Desculpe, não me importa o seu status. E sim o que você faz com ele. Se, no fim do dia, sua cabeça está em paz ou em guerra interior.
Desculpe, não me importa o seu status.
Quero saber se cumprimenta o porteiro,
O garçom,
O gari.
Se fica irritado quando te dizem ‘não’.
Quero saber se os seus olhos brilham quando fala do que te move.
Se suas palavras condizem com as suas ações.
E quando deita a cabeça no travesseiro, se sente paz,
Ou uma guerra terrível começa dentro do peito.
Não me importa seu viés político,
Mas se trata bem sua mãe.
Se tem empatia pelo outro.
Não me importa se você ganha muito dinheiro.
Ou no que gasta.
O dinheiro não paga um pôr-do-sol no Arpoador.
E se a grana pouca der para tomar um açaí depois,
Me ganha.
Eu me importo se no fim do dia você abre um sorriso,
Mesmo se tudo deu errado,
Ou se reclama à luz de velas.
Status não diz sobre educação e respeito,
E sim sobre se a compra vai ser uma lancha ou um jatinho.
Também não diz nada sobre o que tem na carteira.
Pois o problema é nas intenções.
Me importam as coisas simples.
Se bota o pé na areia num domingo à noite,
Ou se entra na cachoeira no inverno.
Se vive a vida para o hoje,
Ou se anseia tudo pra ontem.
E, principalmente,
Se bota o feijão por cima do arroz.