Poderia dizer que dia da mulher é todo dia. Até porque estou postando esse texto quase uma semana depois do dia da mulher. E continuo mulherzona aqui.
Marina Estevão | 13 de Março de 2021 às 10:00
Poderia dizer que dia da mulher é todo dia.
Até porque estou postando esse texto quase uma semana depois do dia da mulher.
E continuo mulherzona aqui.
Mulheríssima.
Muito mais do que eu era há uma semana, talvez.
Duvido muito que a gente tenha saído da costela de qualquer homem.
Se saímos, fizemos um estrago.
Certamente arrancamos e levamos uma costela pra ajudar a fazer o delineado de gatinho.
Só pra não sair quebrando tudo.
A gente só queria um pouco de silêncio às vezes.
Uma massagem na têmpora.
O dia da mulher podia ser um dia em que os homens não falassem uma palavra sequer.
E mandassem um pix de 5 mil reais.
Em silêncio.
E a gente ganhasse o dia todo num spa, com direito a champanhe e morangos.
Tudo ao som de Norah Jones.
Que, apesar do nome, não precisa ser nora de ninguém.
Aliás, sabe o que seria incrível?
Poder engravidar sozinha, em paz.
E parir sozinha, também em paz.
E quando encontrar as pessoas na rua, elas vão perguntar:
– Marilda, onde você tava?! Sumiu!
– Tava ocupada ficando grávida, menina. Olha aí, essa é Jéssica, minha filhota.
Fantástico. O que ninguém sabe, ninguém atrapalha, dizem.
A gente só quer um pouco de sossego, é possível?
Ver um conteúdo adulto voltado pras mulheres, tomar uma cerveja (ou um Martíni, se eu estiver em NY) em paz, rir alto, ser livre pra tomar decisões.
Sair de top pra ir no mercado.
E comprar tudo com o dinheiro daquele pix.