Além da máscara proporcionar falta de ar, óculos embaçado e não entender as pessoas... Existe um ponto positivo!
Marina Estevão | 7 de Novembro de 2020 às 09:00
Aprendi que existem dores e delícias de usar máscara.
Claro, ninguém esperava uma pandemia de um vírus que nos fizesse usar máscaras em 2020.
Se bem que, quando eu lembrei que os EUA ainda votam de papelzinho, eu entendi que o atraso pode ser global.
Mas, com o passar do tempo, a gente aprende que certas coisas podem ser ruins – e de fato, são – mas também pode ter um outro lado bem interessante.
Outro dia, fui comprar um remédio para minha mãe, que estava com o nariz entupido.
O nome do remédio era Afrin. Eu não estava encontrando em nenhuma farmácia.
Então, a mocinha veio me perguntar se eu queria alguma ajuda e eu disse:
— Sim, o Afrin.
E, por debaixo da máscara, pude sentir sua expressão confusa, como se eu dissesse que queria uma carreira média de cocaína.
Então, ela perguntou:
— érfrai?
Eu tive que soletrar o remédio, que provavelmente ela não conhecia.
Mas eu percebi, então, que as pessoas não escutam direito com a máscara.
É sério.
Os olhos precisam ler a boca para o entendimento ser perfeito.
E para não acontecer de, quando eu pedir um remédio para o nariz, comprar uma fritadeira elétrica por R$9,90.
Por outro lado, usar máscara deixou o flerte muito mais intenso.
O que me fez pensar que se o flerte for algo permitido nos países em que mulheres usam burca (não deve ser, mas algumas devem arriscar), deve ser um show de piscadelas, olhos sorridentes e olhares intensos.
Eu me percebi muito mais propensa a flertar de máscara do que sem máscara.
Porque há um certo mistério no rosto todo não ser revelado.
Então, estou flertativa.
A ponto de flertar na rua,
No metrô,
Na fila da votação nem preciso dizer.
Não sei o que está acontecendo.
Só sei que usar máscara pode te fazer chegar em casa com um crush novo e batatas fritas quentinhas.