Thriving with less
Changing how we acquire things is necessary, but there’s also something to be said for simply not getting them in the first place. “Most of us have more than what we need,” says Marina Ramalho, the first Canadian consultant trained in the KonMari method of decluttering, made popular by Marie Kondo’s book The Life-Changing Magic of Tidying Up. “This can lead to a lot of anxiety— like, think about everything stuffed in the back of your closet; do you own those things or do they own you?”
Ramalho suggests we can train our-selves to make mindful purchases instead of impulse buys. One of her tips for preventing unplanned splurges: pause before you walk up to the cashier or hit the “buy now” button and ask yourself: Would I buy this item at full price? Does this shirt go with everything in my closet? Do I need to have this right now or can I sleep on it? She also recommends writing down the item you want or bookmarking it on the computer, then returning to it a week later to gauge whether it’s still as enticing.
Lazarovic, whose delayed gratification went even further, explains that less shopping has freed up more time for family activities, dinner with friends and making art. She continues to paint her retail cravings whenever they strike; by doing so, as she puts it, “I get out of that need-to-buy-it frenzy and in the end I feel good that I’ve made something.”
Tradução…
A busca por comprar menos
Cansado de comprar montes de coisas? Você tem opções, desde trocas e consertos até virar-se com o que já tem.
Sarah Larazovic adorava olhar as vitrines quando ia ou voltava do trabalho como produtora web na CBC, a rede pública de rádio e televisão do Canadá. Em 2012, porém, alguns anos depois que essa mãe de dois filhos começou a trabalhar em casa como ilustradora freelancer, as vitrines que ela fitava com mais frequência passaram a ser as que surgiam em seu navegador na Internet – aquelas cujos algoritmos de marketing direcionavam para seus desejos específicos.
“Eu me enfurnava naquele mundo e passava horas olhando as lojas online”, conta ela. Cansada do consumo esbanjador e do tempo perdido, Sarah comprometeu-se a não comprar nenhuma roupa durante um ano inteiro. Em vez disso, sempre que deparava com um item que desejava, ela pintava um quadro do objeto. “Era um meio não só de diminuir o desejo mas também de fazer um exercício criativo.”
A fim de se ajudar a consumir de maneira mais consciente, em geral, Sarah criou uma “Comprarquia das Necessidades” – um gráfico ilustrado em forma de pirâmide imitando a hierarquia das necessidades do psicólogo Abraham Maslow – que lista miríades de formas de se adquirir algo, desde o mais até o menos sustentável: use o que você tem; peça emprestado; troque; economize; faça; compre.
Seja devido à mudança das circunstâncias financeiras ou a um desejo de ter um estilo de vida mais autossuficiente, muitos canadenses estão se esforçando, ou sendo forçados, a comprar menos. Isso, porém, não precisa ser uma perda, e existem muitos modos de facilitar essa transição.
Emprestar em vez de gastar
Hoje, manter um padrão de vida estável em qualquer cidade grande é desafiador, especialmente para o grupo com menos de 30 anos – e é essa faixa etária que respondeu nos últimos anos lançando plataforma digitais que tornam mais fácil ser econômico. Embora os millennials tenham sido os primeiros a abraçar essa emergente economia do compartilhamento – seja ela um app que permite rachar uma corrida de táxi ou um site que facilita a permuta de itens domésticos –, as gerações mais velhas estão cada vez mais embarcando nessa ideia também.
Um dos sites canadenses mais populares, o Bunz, começou em 2013 como um grupo privado no Facebook, criado por Emily Bitze para os residentes de Toronto, a fim de facilitar a troca de produtos e serviços. Emily postava uma mensagem explicando, por exemplo, que tinha um liquidificador que não estava usando e perguntava se alguém no site gostaria de trocá-lo por algumas plantas de interior ou algum dos outros itens em sua “lista de desejos”.
Hoje o app Bunz tem mais de 200 mil usuários, crescimento que o CEO Sascha Mojtahedi atribui a uma simples necessidade: “Quando você tem coisas de mais e dinheiro de menos, como pode pegar essas coisas que não está usando e trocar o que tem por aquilo de que precisa?”
Mas ele ressalta que os participantes se beneficiam além de economizar dinheiro. “O Bunz permite que você se conecte com outras pessoas da sua cidade. É altamente social porque é construído ao redor do que as pessoas têm em comum e de interesses mútuos.” Dois colecionadores de selos, por exemplo, podem combinar uma troca num café local e começarem uma nova amizade.
Se você não consegue encontrar alguém para trocar suas coisas, pegar emprestado é muitas vezes ainda melhor do que comprar, e uma rápida busca na Internet pode ajudá-lo a encontrar lugares para alugar tudo, desde ferramentas para a reforma da casa até esquis.
Se está quebrado, conserte
Num tempo em que quase tudo pode ser comprado com um único clique, substituir o que quebrou passou a ser uma resposta automática. Gerações criadas na primeira metade do século 20 podem atestar, no entanto, que nem sempre foi assim: eletrodomésticos, roupas, eletrônicos, etc., costumavam ser comprados sob a suposição de que, com um conserto ocasional, durariam uma vida inteira.
Agora, alguns consumidores conscientes estão tomando as rédeas do problema e unindo-se ao florescente movimento Repair Café (Café Conserto). Fundado em Amsterdã em 2009 pela especialista em costura Martine Postma, a organização sem fins lucrativos original se expandiu para mais de 1.500 lugares em todo o mundo. Esses eventos pop-up, que são organizados por voluntários, oferecem aulas sobre como consertar qualquer coisa, desde uma bainha desfeita até um notebook travado.
“Há sucos e comidinhas, e você conhece gente nova”, diz Bennett McCardle, funcionária pública aposentada e voluntária do Repair Café Toronto, onde conserta joias. Ela leva as próprias ferramentas especializadas, mas diz que a maioria dos itens pode ser consertada por qualquer um com um alicate e um pouco de determinação. “Recentemente ensinei uma mulher a fazer a fiação de pérolas, e depois ela foi para casa levando instruções e um vídeo do YouTube.” Bennett, por sua vez, aos 66 anos, aprendeu lições valiosas com outros voluntários, como consertar pulseiras de relógio e armações de óculos.
Para Bennett, a missão de prolongar a vida útil dos nossos pertences é tanto uma questão de princípio quanto de economia: “Um objeto que está quebrado custou tempo e recursos para ser fabricado; portanto, se você o joga fora, está desperdiçando esses recursos.”
Se não encontrar um Repair Café perto de você, é fácil começar um. O site RepairCafe.org oferece um manual de iniciação com instruções passo a passo.
Prospere com menos
É preciso mudar nossa maneira de adquirir as coisas, mas também há algo a ser dito sobre simplesmente não comprá-las, antes de tudo. “A maioria de nós tem mais do que precisa”, afirma Marina Ramalho, a primeira consultora canadense treinada no método KonMari de organização, popularizado pelo livro de Marie Kondo, A mágica da arrumação. “Isso pode gerar muita ansiedade – tipo, pense em tudo que está enfiado no fundo do seu armário; você possui essas coisas ou elas possuem você?”
Marina sugere que podemos nos educar para fazer compras conscientes em vez de compras por impulso. Uma de suas dicas para evitar gastos excessivos não planejados: faça uma pausa antes de ir ao caixa ou de clicar em “Comprar” e pergunte a si mesmo: eu compraria este item se não estivesse em promoção? Esta camisa combina com o que tenho no armário? Preciso ter isso agora ou posso esperar? Ela também recomenda anotar o item desejado ou marcar como favorito no computador e retornar a ele uma semana depois para avaliar se ainda é tão tentador quanto antes.
Sarah, cuja gratificação postergada foi ainda mais longe, explica que comprar menos proporcionou-lhe mais tempo para atividades familiares, jantares com amigos e atividades artísticas. Ela continua a pintar seus desejos de consumo sempre que eles atacam e, ao fazê-lo, nas palavras dela: “Saio daquele frenesi do ‘preciso comprar’ e, no fim das contas, sinto-me bem por ter produzido alguma coisa.”
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