Não é novidade que o câncer de mama é a forma da doença que mais mata mulheres no mundo, e os números brasileiros refletem essa realidade assustadora. A O câncer de mama é uma batalha árdua, mas que pode ser vencida. Para mulheres submetidas à mastectomia, a tatuagem é uma chance de recuperar a autoestima.
Redação | 19 de Outubro de 2018 às 09:00
Não é novidade que o câncer de mama é a forma da doença que mais mata mulheres no mundo, e os números brasileiros refletem essa realidade assustadora. A mais recente Estimativa de Incidência de Câncer no Brasil, divulgada pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca) em 2018, revelou que são esperados 59.700 até 2019.
Quando as cirurgias mais conservadoras não são indicadas, em função de vários fatores, muitas mulheres precisam se submeter à mastectomia. Esse procedimento faz a retirada parcial ou total da mama. Segundo dados do SUS, em 2017, houve um aumento de 76,9% nas cirurgias em relação a 2010. Ou seja, uma mastectomia a quase cada 40 minutos. Acredita-se que o número seja maior, já que os dados do SUS não consideram as cirurgias realizadas em hospitais particulares.
Embora o procedimento de reconstrução mamária já tenha grande incidência, nem sempre o resultado é esteticamente satisfatório. O motivo, em grande parte, se dá pela perda do mamilo. Decidido a ajudar, o paulistano Miro Dantas, tatuador há vários anos, criou o projeto Uma tatuagem para uma vida melhor. O projeto oferecia gratuitamente, uma vez por mês, uma tatuagem em estilo realista para recriar o aspecto natural do seio. Porém, infelizmente, o projeto gratuito foi encerrado em 2017, após atender mais de 160 mulheres. Entretanto, seu trabalho de reconstrução do mamilo por meio da tatuagem permanece.
“Como cidadão, procurei agir socialmente e espero que o projeto tenha sido uma fonte inspiradora para outros artistas ou outros profissionais de muitas áreas atuantes, aflorando atitudes altruístas e contribuindo com a sociedade.” (Miro Dantas)
Miro começou a recrutar suas clientes pela internet e em janeiro de 2015 fez a primeira tatuagem simulando um mamilo. “A técnica para reproduzir um mamilo igual ao outro para as mulheres que perdem um deles é um trabalho extremamente delicado e minucioso, pois o tom de pele, por exemplo, precisa ser exatamente igual”, conta Miro. O sucesso foi instantâneo. O registro da primeira voluntária tatuada teve mais de 50 mil curtidas e 23 mil compartilhamentos no Facebook.
“Estou feliz em fazer algo produtivo e poder mostrar que, com um gesto simples, é possível dar a volta por cima. As mulheres devem tentar tocar a vida, sim, mas com a autoestima renovada”, acredita o tatuador. Para as mulheres que estão interessadas no projeto, é importante que tenham a autorização médica para realizar o procedimento. O trabalho só pode acontecer após o tratamento. Conheça mais sobre o projeto e as vidas que foram transformadas por meio da tatuagem: