Temos um sexto sentido, chamado equilíbrio, que nos permite realizar um dos feitos mais notáveis no mundo dos vivos – ficar de pé e andar sobre duas pernas.
Se você perguntar quantos sentidos temos, a maioria das pessoas responderá, provavelmente, que são cinco: visão, audição, paladar, olfato e tato. Juntos, esses diferentes sentidos nos dizem quase tudo que precisamos saber sobre o que nos cerca e sobre o que comemos e bebemos. Na verdade, temos um sexto sentido, chamado equilíbrio, que nos permite realizar um dos feitos mais notáveis no mundo dos vivos – ficar de pé e andar sobre duas pernas.
Mas dependemos mais da visão e da audição mais do que dos outros sentidos. Nossos olhos podem se ajustar a uma enorme variedade de níveis de claridade e são capazes de identificar a diferença entre milhões de tons de cor. Nossos ouvidos captam o sussurro mais leve, e também são capazes de tolerar o ruído de uma turbina de jato, 10 bilhões de vezes mais forte. Olhos e ouvidos funcionam produzindo sinais nervosos que, então, são enviados ao cérebro. A visão colorida é tão complicada que um quarto do cérebro se destina a colher informações dos olhos e dar sentido ao que vemos.
Existem muitas informações interessantes a respeito do nosso corpo e a questão dos sentidos é um prato cheio para os curiosos. Separamos alguns fatos para você.
Por que algumas coisas têm cheiro e outras não?
O sentido do olfato funciona quando detectamos elementos químicos no ar. A maioria desses elementos é “volátil”, o que significa que se evaporam facilmente. Os seres vivos fabricam muitos deles, razão pela qual o mundo natural é repleto de cheiros. Alguns desses elementos são usados em perfumes, outros dão sabor à comida. Matérias não animadas, como metais ou pedras, contêm poucos elementos químicos voláteis ou nenhum e, por isso, raramente exalam cheiro. O solo quase sempre tem cheiro, porque nele vivem seres vivos.
Como funcionam os nossos olhos?
A luz penetra nossos olhos através de uma cobertura externa transparente, a córnea, e depois atravessa um orifício chamado pupila. Logo atrás da pupila, a luz passa por uma lente (o cristalino). O cristalino dirige a luz para uma tela curva, a retina, atrás do olho. A retina contém milhões de células nervosas que sentem a luz de acordo com seu brilho e cor. Os sinais provenientes dessas células viajam através do nervo óptico até o cérebro, que analisa esses sinais para entender o que estamos vendo. A imagem na retina é de cabeça para baixo, mas o cérebro a rearruma na posição correta.
Como enxergamos no escuro?
Ao entrar num quarto escuro num dia de sol, nossos olhos se ajustam à mudança. As íris, que controlam o tamanho das pupilas e a quantidade de luz que entra nelas, se abrem para deixar penetrar o máximo possível de luz. Ainda assim, pode ser difícil enxergar. Se esperar cinco minutos, com efeito, a pessoa enxergará melhor. Isso ocorre porque nossos olhos têm dois tipos de células nervosas: bastões e cones. Os cones percebem a cor, mas precisam de luz forte para funcionar com eficácia. Os bastões não percebem a cor, mas funcionam bem com pouca luz. No quarto escuro, os bastões gradualmente assumem a função dos cones, proporcionando visão clara, porém cinzenta, do ambiente.
Por que nossos ouvidos “espocam”?
Por trás de cada um dos tímpanos existe uma pequena câmara de ar. Sua pressão interna precisa ser mantida no mesmo nível da pressão externa, ou haverá o risco de os tímpanos estourarem. Se a altitude muda subitamente – durante a decolagem do avião, por exemplo –, a pressão dentro e fora da orelha se tornará desigual. O equilíbrio é restabelecido quando o ar fluir pelas trompas de Eustáquio, uma estreita passagem que liga a câmara da orelha à garganta. Quando a pressão se iguala, a pessoa ouve um súbito “estalido”.
Nosso sexto sentido. Como mantemos o equilíbrio?
Nosso sentido do equilíbrio nos informa se estamos de pé, em movimento ou parado. Essas funções são executadas em câmaras pequenas e cheias de fluido, os canais semicirculares, próximos à parte mais interna de cada orelha. Terminações nervosas nessas câmaras sentem o empuxo da gravidade e são capazes de informar se a cabeça está se movendo. O equilíbrio também pode ser afetado pelo que vemos. Por exemplo, para a maioria das pessoas, é fácil ficar de pé sobre uma cadeira, mas se a cadeira é posta sobre uma mesa o equilíbrio se torna mais difícil. Isso porque o cérebro fica “perturbado” com a altura. Os acrobatas precisam treinar muito para superar esse efeito.
Olhos irrequietos?
As células na retina funcionam apenas se os olhos se moverem o tempo todo e o padrão de luz que atinge as células mudar constantemente. Mesmo quando parecem totalmente imóveis, os olhos executam movimentos ínfimos, cerca de 50 vezes a cada segundo. Sem esses “estremecimentos”, não conseguiríamos enxergar.
Por que não sentimos sabor quando estamos resfriados?
Os sentidos do paladar e do olfato estão intimamente ligados. Somos capazes de detectar apenas quatro sabores básicos – doce, azedo, amargo e salgado –, mas podemos sentir muito mais cheiros. Quando comemos ou bebemos, sentimos o cheiro ao mesmo tempo que o gosto. A combinação de gosto e cheiro dá à comida ou à bebida seus sabores. Quando ficamos resfriados, um muco bloqueia o nariz e o impede de funcionar direito. Resultado: é impossível sentir o sabor do que engole.
Apareceu, sumiu
Enxergar é um processo em dois estágios. Os olhos absorvem a luz e a transformam em sinais nervosos. O cérebro, então, precisa separar os sinais para entender o que está vendo. Ele é ótimo nisso, mas às vezes se engana. Os desenhos abaixo têm como função confundir o cérebro para que ele tire conclusões erradas do que se está vendo. Chamamos desenhos assim de ilusões de ótica.
Super mau cheiro!
A substância mais malcheirosa do mundo é um elemento químico chamado etilmercaptana, que contém carbono e enxofre. Umas gotinhas dele bastariam para impregnar o ar do maior estádio coberto do mundo. O etilmercaptana – e substâncias similares – costuma ser adicionado ao gás combustível doméstico, com a finalidade de tornar os vazamentos mais fáceis de detectar.
Como funcionam as orelhas?
A parte externa da orelha recolhe ondas sonoras e, assim, as transporta pelo canal auditivo até as profundidades da cabeça. Ali, as ondas sonoras atingem o tímpano e o fazem vibrar – até 40 mil vezes por segundo para os sons mais altos que somos capazes de ouvir. Três ossinhos – bigorna, martelo e estribo – transmitem então essas vibrações para uma câmara espiral, chamada cóclea, onde o movimento é percebido pelos nervos, que enviam sinais ao cérebro pelo nervo auditivo.