Surfistas se unem e impedem o afogamento de dois nadadores na praia de Trinidad State, no norte da Califórnia.
Depois da arrebentação, a cerca de 15 metros da praia, dois irmãos lutavam pela vida. Tinham sido arrastados para o mar por uma corrente e mal conseguiam manter a boca acima da água. A neblina densa dificultava que fossem vistos pelos frequentadores da praia de Trinidad State, no norte da Califórnia, mas os gritos eram inconfundíveis. E cada segundo contava. Os irmãos, de 15 e 20 anos, vestiam bermudas e camisetas inadequadas para um dia de novembro, quase inverno, e muito menos para os 10°C da água. Keven Harder, supervisor de guardas-florestais, disse ao North Coast Journal, da vizinha Eureka, que nadar nessa temperatura “tira a capacidade da pessoa de lutar”.
Por sorte, quatro surfistas em roupas de mergulho estavam ali perto. Narayan Weibel, Spenser Stratton e Adrian York, todos de 16 anos, e Taj Ortiz-Beck, de 15, desciam com suas pranchas as ondas de 1,5 metro quando ouviram os gritos. Viraram-se e viram duas cabeças balançando para cima e para baixo e quatro braços se agitando.
“Nós nos entreolhamos e soubemos que aqueles dois estavam quase se afogando”, contou Weibel ao Washington Post.
Narayan, Spenser e Taj remaram até os nadadores em perigo enquanto Adrian retornava à praia para pedir que alguém ligasse para o serviço de emergência. Em seguida, voltou ao mar a fim de ajudar os amigos.
Quando os surfistas se aproximaram, os irmãos estavam em grande dificuldade. “Foi bem estressante, mas não havia tempo para pensar, e isso acabou me ajudando a manter a calma”, diz Taj.
Ele parou ao lado do irmão mais novo. Segurou-o pelas axilas e o içou para a prancha. Enquanto isso, Spenser e Narayan tentavam ajudar o irmão mais velho. Ele era grande, com mais de 100 quilos, e estava em pânico. “Dissemos a eles: calma, pegamos vocês!”, explica Narayan. “Eles achavam que iam morrer.”
Adrian chegou a tempo de ajudar a pôr o irmão mais velho no alto da segunda prancha. Então os surfistas remaram vários minutos pela água encrespada até os paramédicos que aguardavam na praia. Os irmãos estavam assustados, mas bem.
“Em chamados assim, em geral é tarde demais quando chegamos”, diz Dillon Cleavenger, um dos primeiros a acudir. “Nem sei o que falar sobre o que esses garotos fizeram. Eles se dispuseram a arriscar a própria vida.”
POR ANDY SIMMONS