Apesar do corpo ficar mais debilitado e a mente mais lenta, é possível manter a mente saudável e ativa durante o envelhecimento. Descubra como!
Thaís Garcez | 7 de Dezembro de 2019 às 12:05
O declínio mental relacionado à idade não é inevitável. Com estimulação e exercícios apropriados, o cérebro pode permanecer saudável até a velhice. Algumas funções mentais, na verdade, melhoram com a idade, em particular as que se beneficiam da experiência e do aprendizado. Portanto, é possível afirmar que é possível manter a mente saudável.
O cérebro é como qualquer máquina – precisa ser regularmente usado para manter suas funções. O cérebro adulto contém cerca de 100 bilhões de células nervosas (chamadas neurônios), e a cada 10 anos, após os 40 anos, por volta de 10% delas morrem. Conforme envelhecemos, as conexões entre os neurônios se contraem, ampliando o espaço entre eles e retardando as respostas, a coordenação, os reflexos e as reações. No entanto, é possível ajudar o cérebro. Os neurônios reagem ao estímulo mental criando novas conexões.
Não é necessário entrar em pânico toda vez que você esquece um nome ou coloca as chaves no lugar errado. Alguns processos mentais desaceleram um pouco no curso do envelhecimento normal. Mas alterações na memória são, em geral, moderadas e raramente comprometem nossa capacidade de viver bem. Além disso, o estilo de vida e a sua atitude podem ter papel importante na preservação da memória.
Não necessariamente. O que são consideradas mudanças cognitivas relacionadas à idade podem ser menos pronunciadas e em menor quantidade do que se imaginava. Os achados das pesquisas revelam que adultos mais velhos podem ter um desempenho igual aos mais jovens na maioria das tarefas mentais.
Cientistas acreditam que a massa encefálica encolha cerca de 10% ao longo da vida, mas isso não necessariamente leva à diminuição do poder do cérebro. Parece que a complexidade e a força do circuito cerebral são mais significativas do que o tamanho do cérebro.
Acreditou-se por muito tempo que a perda das células cerebrais ou o dano a elas era permanente, mas os estudos agora refutam a ideia de que nascemos com o número total de neurônios. Há evidências convincentes com relação à neurogênese, o nascimento dos neurônios, no cérebro adulto.
Quanto mais aprendemos coisas novas, maior é a probabilidade de manter o funcionamento cognitivo elevado. O envelhecimento não diminui a capacidade de realizar novas conexões mentais, absorver informações e adquirir habilidades.
Se quiser manter a mente afiada, é preciso estar fisicamente ativo e manter o bom funcionamento dos pulmões. Os exercícios oxigenam o cérebro e podem aumentar os níveis da substância química chamada fator de crescimento neural, que promove o crescimento de células cerebrais.
O segredo é manter uma atitude do tipo “eu consigo fazer isso” e preencher os dias com atividades que demandam iniciativa, flexibilidade e capacidade de resolver problemas.
Exercícios para a memória realmente funcionam. Em um estudo, pessoas
mais velhas que no início tinham dificuldade de lembrar cinco palavras aleatórias de uma lista longa finalmente conseguiram recordar 15 após treinar a memória.
A interação constante com informações desconhecidas força o cérebro a se exercitar, pois ele precisa avaliar, questionar e responder às informações retransmitidas, além de assimilá-las. Empregar as informações no trabalho ou em outras atividades tende a levar ao funcionamento saudável do cérebro.
Para manter a mente em forma, experimente algo novo sempre que puder. Toda vez que aprendemos algo novo, o cérebro muda, o que facilita outras partes da vida, porque os benefícios vão além de sermos bons em algo. Aprender uma nova habilidade acarreta todos os tipos de benefícios inesperados, incluindo uma memória de longo prazo melhor.