Em setembro, enquanto comemorava em Paris o quadragésimo aniversário da então companheira Camilla Wirseen, ele a acordou no meio da noite para dizer que encontrara a solução para o problema de saneamento do mundo. E no dia seguinte, segundo conta, ele passou a “falar de m—-”.
Conseguiu até convencer Camilla, fotógrafa, a participar. “Sem seu talento, talvez nada acontecesse”, diz ele. “Ela é muito melhor do que eu como empreendedora social. ” Hoje é a diretora de projeto da Peepoople e passa boa parte do tempo ajudando escolas e comunidades a usar os Peepoos.
Antes que a ideia se concretizasse, porém, eles tiveram de persuadir pesquisadores a trabalhar na invenção e obter o apoio de especialistas em saneamento. Depois, precisaram montar o projeto para atrair investidores.
Mas nem todos foram desdenhosos. Annika Nordin e Björn Vinnerås, da Universidade Sueca de Ciências Agrícolas, estudavam o uso da amônia em saneamento e logo passaram a fazer parte da equipe de pesquisa que desenvolvia o Peepoo.
“Hoje o produto é um sucesso porque não se baseia em grandes exigências de infraestrutura”, diz Annika.
Em 2007, o Peepoo foi patenteado. Desde seu lançamento, no Quênia, a empresa ajudou os habitantes de mais oito países, entre os quais Bangladesh, África do Sul, Paquistão e Síria, onde o produto foi usado em campos de refugiados e no socorro a vítimas de desastres naturais. Atualmente a empresa investe numa nova fábrica na Suécia, com capacidade de produzir até 500 mil Peepoos por dia.
Os Peepoos fazem diferença. “Muita gente está mudando o comportamento para investir em água tratada, saneamento e higiene. ”, diz Rahab Mbochi, gerente de projeto da Escola Peepoo, em Kibéria.