Conhecimento e tempo são duas palavras que ganharam novos significados com o avanço das tecnologias. O conhecimento deixou de ser uma ferramenta para se
Redação | 27 de Novembro de 2018 às 13:00
Conhecimento e tempo são duas palavras que ganharam novos significados com o avanço das tecnologias. O conhecimento deixou de ser uma ferramenta para se tornar um artigo de primeira necessidade. Já o tempo, uma noção explicada pelos filósofos como inerente ao ser humano, tornou-se um capital. Porém, aliados, tempo e conhecimento já começam a provocar uma verdadeira revolução, usando a Internet como meio.
Um bom exemplo foi a Hora do Código, movimento de aprendizado coletivo criado nos Estados Unidos e que chegou ao Brasil em dezembro de 2012. Na edição de 2013, mais de 10 milhões de pessoas conectaram-se a uma plataforma ao longo de uma semana para aprender, de graça, os princípios básicos de programação para computador. Entretanto, hoje, mais de 500 mil já participaram da Hora do Código no mundo todo.
“Vivemos no século da Internet, na era digital. Queremos tirar as pessoas da posição passiva, de mero consumidor, para que ela mesma possa produzir”, explicou Denis Mizne, diretor executivo da Fundação Lemann, que trouxe o projeto para o Brasil.
Essa mesma mentalidade mobilizou a brasileira Lorrana Scarpioni a criar uma rede colaborativa de troca de tempo e conhecimento. A Bliive é uma plataforma que já conta com mais de 60 mil usuários espalhados por 100 países. Graças ao projeto, Lorrana foi considerada um dos dez jovens brasileiros mais inovadores de 2014. A nomeação é feita pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts, uma das universidades mais prestigiadas do mundo.
A lógica do sistema é simples: a pessoa se cadastra e oferece uma atividade, como, por exemplo, aulas de inglês. Em troca, ganha um TimeMoney (a moeda corrente na Bliive). Essa moeda pode ser trocada por qualquer atividade oferecida por outro usuário no site, como aulas de jardinagem.
Segundo Lorrana, uma das principais ideias por trás da Bliive é “mostrar que existe valor sem dinheiro, um valor embutido no conhecimento das pessoas. Ou seja, tanto faz se esse conhecimento é uma hora de aula de Photoshop ou uma hora de faxina em casa. Tudo isso vale Time-Money”. A empreendedora acredita que, a partir de uma economia baseada na troca material, é possível estimular as pessoas a monetizar talentos desperdiçados. Mas, a Bliive tem o diferencial de “promover experiências que permitam ao usuário sair de casa e conhecer gente, olho no olho” – embora já existam serviços parecidos disponíveis na Internet.