Há um motivo para o ar sereno de algumas pessoas: a capacidade de perdoar alivia o coração e a mente.Descubra o poder do perdão para a sua vida!
Douglas Ferreira | 6 de Maio de 2020 às 21:00
Perdoar e esquecer. A maioria de nós acha fácil esquecer, mas talvez devêssemos trabalhar mais o perdão. “Guardar mágoas e rancores nos desgasta física e emocionalmente”, alerta Fred Luskin, psicólogo da Universidade de Stanford e autor de Forgive for good.
Num estudo, Charlotte van Oyen Witvliet, professora de psciologia do Hope College, e seus colegas pediram a 71 voluntários que relembrassem alguma ferida antiga. Os testes registraram aumentos na pressão sanguínea, no batimento cardíaco e na tensão muscular – reações idênticas a quando sentimos raiva. (Pesquisas já estabeleceram ligações entre raiva e doenças do coração.) Quando pediram aos voluntários que se imaginassem entendendo e perdoando as pessoas que lhes haviam feito mal, eles se mostraram bem mais calmos.
Podemos aprender a perdoar, insiste Luskin. “Ensinamos os alunos a reescreverem sua história, a se transformarem de vítimas em heróis. Se a mágoa vem da infidelidade do cônjuge, talvez incentivemos a pessoa a pensar em si mesma não como o ser traído, mas como alguém que lutou para manter o casamento.”
Em 2000, Luskin testou o método com cinco mulheres da Irlanda do Norte cujos filhos haviam sido assassinados. Depois de se submeterem a uma semana de treinamento para perdoar, a mágoa das mulheres, medida por meio de testes psicológicos, havia caído em mais da metade e elas se encontravam menos propensas à depressão e à raiva. “Perdoar não é fechar os olhos para o que se passou”, explica Luskin. “É nos livrar da pessoa que nos fez mal.”
Os primeiros sinais de que perdoar melhora a saúde geral são promissores: em 2001 um estudo do Instituto de Pesquisa Social da Universidade do Michigan descobriu que pessoas que já haviam perdoado alguém afirmavam estar mais saudáveis do que quem não perdoou.
Entretanto, embora 75% afirmassem ter certeza de que Deus lhes tinha perdoado por erros passados, apenas 52% haviam conseguido perdoar alguém. O perdão, ao que parece, ainda é divino.