Confira a emocionante história de como uma família acabou se envolvendo em uma frenética perseguição de carro para impedir um sequestrador.
Pouco depois do jantar, estava escuro quando Benny Correa e Amanda Disley, com três dos cinco filhos, embarcaram em seu Cadillac Escalade preto. Quando se preparavam para sair do estacionamento do restaurante onde tinham acabado de comer, um Honda Civic azul-escuro, com película preta nas janelas, cruzou seu caminho.
“Ei, querida”, berrou Benny, “é aquele carro. É aquele carro!”
Mais cedo, Amanda mencionara o Alerta Âmbar dado pelo sumiço de uma menina de 11 anos em Brimfield, no estado de Massachusetts, a menos de 50 quilômetros da casa da família em Springfield. O carro que passou por eles era da mesma marca e modelo que o usado no sequestro.
Benny virou rapidamente à direita ao sair do estacionamento e seguiu o Honda, tentando ver a placa. O motorista acelerou e ultrapassou um sinal vermelho. Benny chocou a família indo atrás. Não estava disposto a perder o Honda. “Sou pai e tinha de fazer o que fosse preciso”, disse ele ao noticiário ABC News.
O Honda deu a volta pelos fundos de uma loja de bebidas. “Estão querendo escapar de mim”, berrou Benny. Quando o Honda voltou pela frente, Benny o alcançou e avançou, tentando cortar seu caminho. O Honda freou e subiu no meio-fio. O farol alto do Cadillac iluminou o motorista: um rapaz de cabelo preto que puxava o capuz do moletom sobre o rosto. Eles viram que ele forçava para baixo a cabeça de uma menina no banco de trás, como se tentasse escondê-la.
Nisso, Amanda, que já ligara para a polícia, descrevia freneticamente a situação ao atendente.
– É ele! – gritou ao telefone. – O sequestrador!
Confuso, o atendente perguntou:
– O Honda azul?
– Isso, é ele!
Benny ficou logo atrás do Honda, cortando outros carros para isso. Agora, voavam pela rua a 160 km/h. “Ele vai avançar o sinal vermelho!”, berrou Amanda para a polícia.
Benny pisou no freio para evitar um carro que se aproximava e depois no acelerador para alcançar o Honda. “Pegue ele, papai!”, gritou o filho, empolgado no banco de trás.
Na cola do Honda, Benny descobriu outro problema: a luz de tanque vazio piscava no painel do Cadillac. Na verdade, já vinha piscando durante boa parte dos 15 minutos da perseguição, e o carro velho – mais tarde descobririam que sofrera danos na suspensão durante a caçada – estava quase a zero. E logo parou. O Honda sumiu na rodovia estadual. Mas, graças às informações e orientações de Amanda, os policiais tinham traçado o caminho do sequestrador; fizeram um bloqueio na estrada e pouco depois o pegaram.
O motorista era Miguel Rodriguez, de 24 anos. Ele havia ameaçado Charlotte Moccia com uma faca quando ela voltava a pé da escola para casa e forçara a menina a entrar no carro. Se gritasse, avisou, ele a mataria. Charlotte foi encontrada encolhida no banco de trás, apavorada, mas ilesa, o que talvez não acontecesse se não fossem Benny e Amanda.
“Foi como ganhar na loteria”, conta Benny. “A sensação de saber que, por nossa causa, agora ela está bem e em segurança com a família é simplesmente inexplicável.”
POR KRISTEN WARFIELD