Novas pesquisas vêm descobrindo como o fracasso atua em nosso cérebro e como podemos nos desenvolver com ele. Uma nova ideia é como uma aranha. Se
Julia Monsores | 12 de Maio de 2020 às 09:00
Novas pesquisas vêm descobrindo como o fracasso atua em nosso cérebro e como podemos nos desenvolver com ele.
Uma nova ideia é como uma aranha. Se for laboriosa, cria-se a partir dela uma teia intrincada de conhecimento. Exames cerebrais feitos durante o aprendizado mostram os neurônios ativos, crescendo e formando novas ligações.
Isto por si só já é fascinante, e mais fascinante ainda é que o fracasso pode provocar a mesma reação. É verdade: o fracasso pode melhorar o cérebro! A psicóloga Carol Dweck acompanhou e comparou as ondas cerebrais de pessoas com postura rígida e com atitude de crescimento.
Leia também: Aprenda a ser uma pessoa mais resiliente e cuide do seu bem-estar
Ela percebeu que, quando falham numa tarefa, os que têm postura de crescimento entram em um estado mental mais concentrado ao tentar entender o erro. E nas tentativas posteriores, essas pessoas melhoram. Na verdade, elas aprenderam, e o cérebro “cresceu”.
Entretanto, os que têm uma postura rígida nunca entram nesse estado concentrado de aprendizado e apresentam pouco ou nenhum avanço.
Antoine Bechara, professor de Psicologia e Neurociência da Universidade do sul da Califórnia, levou mais adiante o trabalho de Dweck. Recentemente, isolou dois centros do mesmo tamanho no córtex pré-frontal, um que ele afirma ser responsável pelo medo do fracasso, outro pela sedução do sucesso. E diz que é entre os dois que ocorre o debate entre risco e recompensa.
De forma parecida com o anjo e o diabo metafóricos sobre os nossos ombros, essas áreas interagem durante o processo decisivo. Embora sejam necessárias mais pesquisas, os centros podem ser os locais físicos das duas atitudes de Dweck.
“Sempre soubemos que podemos aprender com os erros, mas agora estamos descobrindo como e onde isso acontece”, explica Bechara. “Tudo se resume à sobrevivência. No cérebro com funcionamento normal, o fracasso é visto como oportunidade de aprender e fortalecer a espécie.”