A síndrome do impostor afeta cada vez mais profissionais no mundo todo. Saiba como lidar com essa condição e tratar os sintomas.
Usada pela primeira vez em 1970, a expressão Síndrome do Impostor engloba em seu significado problemas de autoestima e ansiedade. Frequentemente, pessoas nessa condição relatam ter medo de serem “descobertas”, pois na verdade se consideram uma fraude em seus trabalhos.
Apesar de normalmente acometer mais as mulheres, a Síndrome não escolhe gênero ou idade. Muitas pessoas, inclusive, apresentam os sintomas desde jovens e seguem até a idade adulta com essa percepção de si mesmas. O resultado é uma vida profissional fadada ao estresse e a um alto nível de cobrança, entre outras dificuldades.
Principais sinais da Síndrome do Impostor
Quem sofre com os sintomas da Síndrome do Impostor sabe que para si a vida é uma eterna apreensão. Afinal, a qualquer momento alguém pode “descobrir” que o seu sucesso profissional foi apenas um “golpe de sorte”. Ainda que tenha se esforçado para alcançar a tão sonhada promoção, por exemplo, essas pessoas não confiam no seu potencial.
Esse é apenas um dos sinais mais comuns. Veja outros bem frequentes:
- Medo se expor – evitam fazer qualquer trabalho que demande a avaliação de terceiros. Geralmente, buscam profissões em que não precisem se destacar.
- Usam o carisma como defesa – por não acreditarem na própria capacidade, eles usam as habilidades sociais para se precaverem e acreditarem que estão sendo aprovados por causar boa impressão.
- Se comparam com os outros – o perfeccionismo também é uma característica marcante. Mesmo alcançando bons resultados no trabalho e crescendo profissionalmente, estão sempre se achando inferiores com base nas conquistas de outras pessoas.
- Costumam procrastinar – apesar de alguns se dedicarem ao trabalho exageradamente, muitos deixam para o último minuto a execução de suas tarefas. Isso ocorre porque evitam ao máximo o momento de serem avaliados e criticados.
- Autossabotagem – por acharem que serão desmascarados a qualquer momento, já se colocam em posição inferior em projetos ou atividades profissionais.
Como tudo começa
Ninguém está livre de ter esse diagnóstico. Entretanto, alguns fatores sociais podem ser grandes motivadores para que desenvolvam essa condição. Hábitos da criação, escola, ambiente de trabalho, classe social, entre outros. Vale dizer, portanto, que os sintomas podem se manifestar também nas relações pessoais.
“Hoje em dia, crianças mais jovens chamam isso de Síndrome de Impostor. (…) Eu tive de trabalhar duro para superar aquela pergunta que (ainda) faço a mim mesma: ‘eu sou boa o suficiente?’. É uma pergunta que me persegue por grande parte da minha vida. Estou à altura disso tudo? Estou à altura de ser a primeira-dama dos Estados Unidos?”
(Michelle Obama)
Existe solução para esse problema?
Identificar e compreender que algo dentro de você está te desmotivando ou atrapalhando sua vida profissional já é um grande passo. Em seguida, é importante buscar ajuda de um terapeuta para aprender a lidar com essas emoções. Somente expondo os pensamentos e as sensações é que será possível encontrar os gatilhos e os meios de autocontrole.
Além disso, faça um exercício de autoanálise. Recorde sua trajetória, dê valor às suas conquistas e reconheça que você é merecedor de todas elas. Não se compare a outros profissionais, se compare com você do passado; veja o quanto evoluiu. Por fim, lembre-se de que ninguém é perfeito, todos estão propensos a errar e acertar.
Por Thaís Garcez