Aprenda como reduzir o nervosismo e lidar com o seu chefe de forma mais criativa e eficaz.
“O chefe quer falar com você.” Estas podem ser palavras sinistras e, não importa o quão leve esteja sua consciência, tendem a produzir algo que vai de uma suave inquietação à ansiedade grave.
As origens do problema
Mas, por que uma reunião com o chefe deveria deixar você inquieto? Há muitas razões possíveis. Não se esqueça de que ele tem poder sobre você e sua vida cotidiana. Ele pode designá-lo para um trabalho interessante e agradável – ou para o mais entediante. Direta ou indiretamente, o chefe controla o seu salário e seu estado de ânimo.
Num dos extremos, o chefe pode portar-se como pouco mais do que um colega mais velho – aproximando-se constantemente para bater um papo, pedindo-lhe conselhos, solicitando em vez de dar ordens. Um companheiro, em outras palavras.
No outro extremo, o chefe pode agir como um deus intangível – ficando fora de vista, embora exercendo ferozmente o poder quando a oportunidade se apresenta.
Além disso, existe a chance de que seu chefe se situe em algum lugar entre estes dois extremos.
Atitudes para com o chefe
Existem quatro atitudes básicas que as pessoas podem adotar em relação à autoridade: agressão, submissão e comportamento passivo-agressivo – que são todas negativas; e a simples assertividade, que é positiva.
Sendo agressivo
Algumas pessoas disfarçam sua ansiedade adotando uma agressiva postura de combate. Elas não acatam ideias nem sugestões, consideram instruções razoáveis como ordens ríspidas e automaticamente negam a própria responsabilidade se criticadas. Podem até mesmo rejeitar o encorajamento positivo, imaginando que seja parte de alguma trama para obter o melhor delas. Nessas circunstâncias, todas as interações com o chefe se tornam antagônicas e são vistas como batalhas.
Sendo submisso
Outras agem como se qualquer encontro com o chefe as levasse de volta à infância, quando eram dependentes das pessoas poderosas que as cercavam. Tudo que o chefe diz está claramente certo, toda crítica é válida, qualquer erro deve ser assumido.
Mesmo quando o chefe pede a opinião delas, tais pessoas se sentem incapazes para isso. Se têm uma ideia, presumem que é simplória demais para ser mencionada. Portanto, ficam caladas nas reuniões, indiferentes, e evitam o chefe a todo custo.
Sendo passivo-agressivo
Alguns empregados reagem internamente em vez de se voltarem para o exterior. Eles fervilham de ressentimento ou descontentamento, mas raramente dão livre expressão a tais sentimentos. Não buscam um confronto com o chefe, mas tampouco fogem dele, se surgir. Podem ser inteligentes e espirituosos, mas de uma maneira sarcástica, cínica ou amarga.
É raro que empregados passivo-agressivos sejam honestos acerca de sentimentos e opiniões, de modo que seu relacionamento com o chefe pode parecer de certa forma bem equilibrado. Mas não o é. Eles são melhores na crítica do que na proposição. Podem dizer uma coisa ao chefe e outra aos colegas. Suas energias se dispersam em sentimentos negativos e comentários críticos.
A abordagem positiva
Como subordinado, você pode adotar uma abordagem positiva que lhe permita ser você mesmo, aceitar elogio por seu apoio e aprender a partir dos erros. Essa abordagem costuma ser chamada de assertividade.
Uma aviso: não se confuda com o termo assertivo. Assertividade, pelo menos neste contexto, não é uma questão de ficar batendo o pé e gritar. Isso é agressividade. Assertividade significa ser firme porém educado, determinado porém flexível. A pessoa verdadeiramente assertiva pode ser calada, quase sem se fazer notar – embora sumamente eficaz na busca de um curso de ação racional.
Assertividade significa essencialmente abordar situações em que negocia com outros em igualdade de condições; estar ciente de seus próprios direitos, mas também preparado para ouvir e responder com simpatia às outras pessoas. O resultado será uma vida mais fácil, mais produtiva e menos estressante.
O poder da assertividade, acima de tudo, faz com que, ao mudar seu comportamento em certas situações, você possa mudar a maneira como as pessoas reagem a seu respeito. O comportamento positivo da sua parte torna suas relações mais construtivas, o que faz com que seus sentimentos em relação a você mesmo se tornem mais positivos. E um ciclo de benefícios se põe a caminho.
Aprendendo a ser assertivo
Algumas pessoas são “naturalmente” assertivas. Mas se você se considerar agressivo ou submisso, fique sabendo: assertividade pode ser aprendida.
Eis algumas regras simples:
- Saber o que você quer e justificar seu desejo; com o tempo, se sentirá mais confiante acerca do que quer e mais capacitado a consegui-lo.
- Falar de uma maneira que transmita seus desejos e sua confiança. Isso com frequência exige que você fale sobre si mesmo e sobre como se sente. Você precisa dizer “eu sinto…”, “eu quero…”, “eu preciso…”.
- Se tiver vontade de dizer não, diga-o, de preferência o mais cedo possível em sua resposta: “Não, receio não poder trabalhar até tarde esta noite.”
- Evitar dizer coisas que enfraqueçam sua mensagem, como “se você tiver um momento”, ou “se não for muito incômodo”.
- Não destrua o efeito de suas palavras com um tom de voz indeciso ou linguagem corporal comprometedora. Se você resmunga ou olha para o chão quando diz um não, está revelando falta de confiança e sua recusa pode ser ignorada.
Para se familiarizar com o comportamento assertivo, observe outras pessoas na sua rotina diária. Estão elas agindo de modo agressivo, submisso ou assertivo? Pergunte-se por que as classifica assim e começará a identificar as várias técnicas peculiares a cada tipo de comportamento. A seguir tente modelar-se com base na pessoa assertiva. Comece a praticar sua assertividade em situações de baixo risco.
Claro que as coisas nem sempre funcionarão como você deseja. Suas primeiras tentativas de assertividade podem resultar em fiasco. Mas pelo menos você pode se orgulhar de ter tentado algo novo. E gradualmente, com a prática, descobrirá sua confiança crescendo. Muito em breve estará pronto para tentar uma maneira nova de influenciar o chefe.