Börje e Pefo são dois cães que foram muito além. Conheça a belíssima história destes dois cãezinhos muito especiais que já são verdadeiros cães doutores!
Redação | 26 de Janeiro de 2019 às 13:00
A maioria não gosta que outros leiam por cima do seu ombro – a não ser que esse alguém seja um cãozinho maltês branco chamado Börje. Ele é um “cão de auxílio no ensino da leitura” (R.E.A.D., na sigla em inglês), o primeiro do seu tipo na Finlândia.
Em junho do ano passado, Börje começou a trabalhar como “cão de biblioteca” na Biblioteca Tapiola, em Espoo. Desde então, teve muito sucesso ajudando pessoas a ler. Börje simplesmente senta-se e escuta quem lê para ele. Na maioria das vezes, fica no seu tamborete, num nível um pouco mais alto que o livro que a pessoa segura. Dessa maneira, ele pode olhar e aproveitar o livro também.
O programa foi lançado em 1999 pela entidade sem fins lucrativos Intermountain Therapy Animals, de Utah, nos EUA. Desde então, espalhou-se pelo mundo. Raisa Alameri, a dona de Börje, interessou-se pelo programa em 2010; tinha certeza de que seu cão, que se sente à vontade entre pessoas, seria perfeito para participar.
Cães leitores como Börje são examinados para ver se são saudáveis, mansos e se apresentam a aptidão e o temperamento apropriados. Raisa treinou Börje usando materiais fornecidos pela Intermountain Therapy Animals, que então diplomou o animal como genuíno R.E.A.D. Os “clientes” de Börje são crianças em sua maioria, mas ele também já escutou muitos adultos. Alguns sofreram derrames cerebrais, outros simplesmente têm um histórico de dificuldade de leitura desde os tempos de escola.
Raisa tem um lugar especial no coração para a história de um homem não leitor de 40 e tantos anos cuja vida Börje mudou. O senhor ficou curioso com Börje e observou uma sucessão de pessoas lerem para o cão na biblioteca. Então, de repente, pegou um livro infantil e, com dificuldade, começou a lê-lo em voz alta para o animal, que escutava em silêncio. “Aquele foi o primeiro livro que li do início ao fim”, disse ele a Raisa.
É uma noite de fim de verão. No apartamento em Varsóvia, Monika Rykaczewska, 33 anos, prepara o jantar. De repente, o telefone toca na sala. Pefo, seu labrador de 3 anos, pula do cesto e corre para lá. Um instante depois, volta com o celular na boca e o entrega à dona.
O labrador está só fazendo seu trabalho. Pefo é um assistente canino especialmente treinado para ajudar Monika, que sofre de perda auditiva grave. Monika e Pefo são a primeira dupla dessas na Polônia.
“Pefo é o meu ouvido”, declara Monika.
Ela sofre de paralisia cerebral, que afeta não apenas sua audição, mas todo o lado direito do seu corpo. Com o passar dos anos, por meio de um trabalho de reabilitação e muita força de vontade, Monika completou o mestrado em pedagogia e conseguiu emprego como assistente administrativa. Mas se sentia isolada e sozinha, presa num mundo de silêncio.
Assim, em maio de 2011 ela se inscreveu na DOGIQ Foundation para receber um assistente canino. Ela e Pefo tiveram de fazer cursos especiais de treinamento em Katowice. “Não foi fácil”, admite, “principalmente porque Pefo foi o primeiro cachorro da minha vida.”
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Mesmo com o aparelho auditivo, Monika não consegue ouvir todos os sons nem dizer de onde vêm alguns dos que ouve. “Quando ando pela rua, se alguém me chamar por trás não reajo, porque não consigo ouvir vozes atrás de mim”, diz ela. “Pefo me vira na direção da pessoa que chamou o meu nome.”
Quando ouve o telefone dela zumbir com um torpedo, Pefo lhe cutuca a mão duas vezes. Se alguém bate à porta do apartamento, ele a guia até o saguão. Se ela deixa cair alguma coisa, ele avisa e ajuda a encontrar.
Por causa da perda auditiva, Monika costumava falar com voz monótona e sem emoção. Isso não acontece mais. “Desde que Pefo está comigo, exprimo alegria e tristeza, porque sei que ele sente as minhas emoções e reage a elas”, declara Monika. “Pefo me dá uma lição diária de amor, amizade e devoção incondicional.