Entenda o que é o aborto espotâneo, como e os motivos pelos quais ele acontece, e veja as principais formas de lidar com o luto da perda de um bebê.
Letícia Taets | 16 de Julho de 2020 às 13:00
Estima-se que uma em cada quatro gestações sejam interrompidas naturalmente, em um processo conhecido como aborto espontâneo. A perda de um bebê, situação que foi vivida recentemente pela atriz Mariana Rios, pode causar impactos profundos, não só para a mãe, mas para toda a família.
Não há fórmula mágica para superar a perda de um bebê, mas existem processos que podem ajudar a lidar com o luto e a retomar a rotina, com o passar do tempo.
Entenda, a seguir, o que é o aborto espontâneo e veja formas de amenizar o trauma após uma gestação interrompida.
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Um aborto espontâneo é definido como a perda do feto antes do término da 24ª semana de gestação, e é mais comum que ocorra nas 12 primeiras semanas.
Diferentemente do aborto induzido, no qual a interrupção da gravidez ocorre de forma voluntária, o aborto espontâneo ocorre de forma natural, em um processo próprio do corpo da gestante.
As razões pelas quais um aborto espontâneo podem ocorrer são diversas, desde a não-implantação correta do embrião no útero até uma má-formação fetal. Também é possível que o aborto ocorra por alterações hormonais, consumo de drogas lícitas e/ou ilícitas, doenças auto-imunes e infecções.
Os sintomas mais comuns de aborto espontâneo são sangramento, dores abdominais fortes, e, em alguns casos, dores nas costas. Caso a gestante apresente estes sintomas, é necessário ir à emergência médica o mais rápido possível.
Não há forma fácil de lidar com o aborto de um bebeê que era esperado. Por isso, é importante compreender que a dor do luto é perene e que a perda de um bebê ainda na gestação não deve ser considerada menor do que a de perder um filho já nascido.
Abaixo, reunimos algumas dicas para ajudar a lidar com este momento tão delicado, sempre recomendando a busca de ajuda profissional da saúde.
Estamos socialmente condicionados a pensar que a superação deve acontecer o mais rápido possível, pois não há tempo a perder, mas isto não é verdade.
A dor do luto é uma dor perene e só você sabe qual é o melhor momento de voltar à sua rotina anterior. Não tenha pressa e respeite o seu próprio tempo.
Caso seja necessário comunicar a perda do bebê às pessoas do seu convívio, mas você não se sinta pronta, peça a um amigo ou familiar que o faça por você.
O mesmo vale para postagens e mensagens em redes sociais: se não estiver disposta a falar sobre o assunto online, não se sinta obrigada a fazê-lo.
Para muitas mulheres, especialmente no período mais próximo ao aborto, é difícil estar por perto de mulheres grávidas e/ou com filhos pequenos.
Caso se sinta assim, ouça seu desconforto, converse com suas amigas e familiares sobre isto e se distancie temporariamente.
Datas como as planejadas para o parto, do chá de bebê ou do chá de revelação do sexo podem ser bastante dolorosas de atravessar. Esteja pronta para sentir alguma dor especialmente nestas datas e busque apoio emocional para se fortalecer neste momentos difíceis.
Falar sobre a sua perda (ao se sentir pronta para isso, é claro) com alguém em quem você confie é parte fundamental do processo de superação do luto.
Externalizar nossas dores possibilita a percepção de que não estamos sozinhos em nosso sofrimento, e que podemos nos conectar a pessoas solidárias a nós.
Também é recomendável buscar ajuda especializada com um psicólogo.