A lição da pilha de lenha – Uma história inspiradora

Leia esta história, descubra a lição da pilha de lenha e o que se faz com visitas que não param quietas, mas que acabam contribuindo com o anfitrião.

Thaís Garcez | 17 de Agosto de 2019 às 20:08

andre govia/Unsplash -

A maioria das pessoas fica satisfeita em relaxar quando visita a casa de campo de alguém, mas há sempre aquelas que se sentem melhor consertando a escada que o dono planejava desmontar ou plantando flores de que ninguém vai cuidar depois.

Eu não me dera conta desse fenômeno até tio Homer mudar a pilha de lenha de lugar.

A pilha

A pilha não precisava mudar de lugar. De fato, ela estava feliz onde se encontrava, junto do fogão a lenha lá fora. Na verdade, estávamos na fase de construção do chalé e, além da barraca e de um banheiro, tínhamos erguido uma cozinha. Seu teto de estanho corrugado abrigava uma mesa de piquenique, duas geladeiras antigas, um fogão e a pilha de lenha. Mas, para uma cozinha ao ar livre, tinha seu charme rústico.

Tio Homer

Tio Homer, porém, não pensava assim. Era um veterano da 1a Guerra Mundial, determinado a provar que não tinha um dia a mais do que 29 anos. Qualquer tolo, exceto aqueles que ele estava visitando, sabia que uma pilha de lenha devia ficar ao lado do banheiro; de forma que quem voltasse de uma ida ao local pudesse trazer um graveto para alimentar o fogo.

Assim, um dia ele se levantou ao alvorecer e pregou tábuas grandes em duas belas árvores. Então, depois de muito esforço e luta, com a ajuda do carrinho de mão, conseguiu mover pequenos tocos e toras gigantescas para o local escolhido, mas bem antes que qualquer um de nós estivesse de pé.

Confrontada com um fato consumado, tive um acesso de fúria que só se admite nas mulheres em adiantada gravidez: o que ele tinha feito? Quem ele pensava que ia carregar a lenha até o fogão quando ele não estivesse por perto? Só mais tarde percebi que meu problema não era a pilha de lenha, e sim o sentimento que eu tinha de que aquele era meu pequeno refúgio, o reino cuja Rainha era eu. Enrolada em meu saco de dormir, ouvindo os sapos e os pássaros, sentia-me segura por saber que era eu quem ditava as regras ali. Até tio Homer tirar a pilha de lenha do lugar. E ele nem perguntou se podia!

Lição

A família sobreviveu, e logo aprendi uma lição valiosa. Descobri que tenho dezenas de amigos e parentes que relaxam se mantendo ocupados. Porém, o truque está em lhes dar algo para fazer de modo que pensem que a ideia foi deles. Enquanto o chalé era construído, eles instalaram luminárias, plantaram bulbos, pintaram móveis de jardim. Desembaraçaram quilômetros de linha de pesca. E, além disso, fizeram pequenos objetos artesanais para enfeitar a casa, enquanto eu supervisionava por trás de um livro. Todos pareciam contentes – e a pilha de lenha mudou de lugar cinco vezes.

Por Margaret Mills